Ninguém gosta de ser rejeitado, mas isso faz parte do cenário do namoro ou da paquera. Novidade no mundo dos relacionamentos, o curving é uma prática de rejeição sutil que envolve responder de forma vaga ou evasiva às mensagens de alguém, em vez de rejeitá-lo diretamente. Essa técnica tornou-se cada vez mais comum com o surgimento das mídias sociais e dos aplicativos de namoro online, onde é fácil para as pessoas evitarem a rejeição direta.
Esse comportamento pode até ser pior do que ghosting (quando a pessoa desaparece totalmente do nada), porque quando alguém está fazendo curving, em vez de sumir, é sutil o suficiente para manter a outra pessoa esperando. E isso pode ir além da mera frustração amorosa.
Em última análise, trata-se de uma conversa que lentamente se torna mais unilateral. A maior parte dela é sustentada pela pessoa interessada no relacionamento. O curver - como chamam quem pratica essa tendência - expressará gradualmente cada vez menos interesse e até mesmo parará de enviar mensagens de texto por horas ou dias seguidos. Prefere manter as interações online e nunca toma a iniciativa de se encontrar pessoalmente.
Curving é uma forma passivo-agressiva de mostrar a alguém que ele não está interessado sem realmente dizer, e é por isso que é pior do que ghosting. As pessoas têm medo do confronto. Então, em vez de dizer “não quero mais ver você”, dirão “ligo para você mais tarde ou na próxima semana”.
Os curvers pensam que estão poupando seus sentimentos ao decepcioná-lo de uma forma gentil, mas se você não entender as dicas deles de não querer sair para um encontro, você será aquele que está perdendo tempo. Eles não percebem o quão mais doloroso e prejudicial pode ser o prolongamento de uma rejeição.
Curving é fácil de ser feito, pois a pessoa conversa com alguém apenas por mensagem de texto ou por telefone, em vez de se encontrar pessoalmente. As conversas dependerão totalmente da outra pessoa para falar, e tudo o que o curver faz é responder da maneira mais desinteressada possível. Ah, sim, eles nunca iniciarão uma conversa. Alguns profissionais dizem que o curving se deve à falta de habilidades de comunicação e que se trata de um comportamento humano normal enfrentar conflitos.
Outras pessoas também podem usar esse comportamento para manter alguém por perto, sem abordar a questão de rotular seu relacionamento como algo mais sério. Eles evitarão perguntas ou mudarão rapidamente de assunto. Confrontá-los pode até levá-los a praticar ghosting. No final das contas, essa é uma forma desonesta de se relacionar. Alguns podem até achar que essa prática seja inofensiva, mas é importante observar que ela pode trazer efeitos emocionais negativos para quem a vivencia.
O site Psicologia-Online lista estes exemplos:
-Turbulência emocional: quem sofre com o curving pode sentir confusão e ambiguidade no relacionamento. A falta de clareza e comprometimento da outra pessoa pode levar a sentimentos de incerteza e dúvida sobre o status e as intenções do relacionamento.
-Baixa autoestima: o curving pode afetar a autoestima. Falta de atenção, rejeição ou evitação constante podem fazer com que uma pessoa sinta que não é valiosa ou digna de amor e carinho.
-Ansiedade e estresse: o padrão de curving, com sua consistente falta de resposta e sinais mistos, pode causar ansiedade e estresse na pessoa afetada. A incerteza constante e a tentativa de descobrir as intenções da outra pessoa podem levar a um estado de preocupação constante.
-Perda de confiança:curving pode minar a confiança nos relacionamentos e em si mesmo. A pessoa afetada começa a suspeitar dos outros e pode questionar seu próprio juízo e capacidade de identificar relacionamentos saudáveis.
-Desgaste emocional:curving prolongado pode levar a um desgaste emocional significativo. A pessoa que está passando por isso pode investir tempo, energia e emoções em um relacionamento que não está progredindo ou satisfazendo. Isso pode ser mental e emocionalmente desgastante e afetar o bem-estar geral.
Resumindo, trata-se de um comportamento passivo-agressivo que reflete a falta de respeito e consideração pelos sentimentos dos outros. Se você se sentir desconfortável ou não estiver interessado em alguém, é importante ter maturidade e honestidade para comunicar isso de forma clara e direta.
Detectar o curving pode ser complicado, pois ele pode se manifestar de diversas maneiras. No entanto, existem alguns sinais importantes que podem ajudar a identificar quando alguém está evitando dar uma resposta clara e direta.
Segundo o site Psicologia-Online, alguns sinais são:
-Respostas vagas ou evasivas: se alguém te responder com frases vagas ou evasivas, como "talvez" ou "veremos", pode estar praticando o curving.
-Tempo de resposta: se alguém demorar muito para responder às suas mensagens regularmente, pode ser um sinal de que está tentando evitar uma resposta direta.
-Muda de assunto: se você está tentando falar com alguém sobre algo importante e ela muda de assunto rapidamente, pode ser um sinal de que ela está tentando evitar a conversa.
-Evita encontro pessoalmente: se alguém parece estar evitando encontros pessoais, pode ser um sinal de que está tentando evitar uma conversa incômoda ou uma rejeição direta.
-Desculpas: se alguém frequentemente te dá desculpas para não fazer algo ou para não responder às suas perguntas, pode ser que essa pessoa esteja praticando o curving.
Não queremos ouvir que alguém não está interessado em nós, mas essa pode ser uma realidade. Se isso estiver acontecendo, você precisa colocar o seu sentimento antes do da outra pessoa e lembrar que essa não é a maneira pela qual deseja ser tratado em um relacionamento. Se a pessoa não pede para se encontrar pessoalmente e não responde de maneira mais adequada e oportuna, então, em vez de esperar que ela mude de ideia e seja honesta, entenda que ela não está interessada em você e siga em frente, é hora de procurar outra pessoa.
O ideal é não mergulhar de cabeça na relação que começa e ir com calma para não se machucar. Uma opção é pesquisar quem é essa pessoa por quem se interessou, principalmente, nas redes sociais. E se lembre: alguém que deseje estar com você se esforçará bem mais para te impressionar.
Lidar com o curving pode ser difícil porque pode te deixar com sentimentos de confusão e incerteza. No entanto, existem algumas coisas que você pode fazer para lidar com essa prática de maneira saudável e eficaz. Aqui estão algumas dicas para lidar:
-Aceite a realidade: se você percebeu sinais de que está sendo vítima do curving, é importante aceitar a realidade da situação. Não se engane pensando que as coisas vão mudar, especialmente se a pessoa em questão estiver evitando uma resposta direta e você estiver fazendo questão dela.
-Comunique seus sentimentos: se você está se sentindo frustrado ou confuso com a forma como alguém está interagindo com você, é importante se comunicar de forma clara e direta. Peça a pessoa para te dar uma resposta clara e honesta sobre como ela se sente em relação a você.
-Estabeleça limites: se a pessoa continuar praticando o curving, mesmo que você tenha dito a ela como se sente, é importante estabelecer limites saudáveis para proteger sua saúde emocional. Isso pode incluir reduzir as interações com essa pessoa ou até mesmo se afastar dela completamente.
-Aprenda com a experiência: em vez de ficar frustrado ou se perguntar se foi sua culpa, tente aprender com a experiência. Considere como você pode identificar os sinais do curving no futuro e como pode proteger sua saúde emocional em situações semelhantes para que isso não aconteça novamente.
-Apoie-se em pessoas em quem você confia: se você se sentir sobrecarregado ou confuso com a experiência, procure o apoio de amigos próximos ou familiares. Converse com alguém em quem você confia e que pode fornecer apoio emocional.
Infelizmente, o curving é uma prática cada vez mais comum, principalmente no mundo do namoro, dos aplicativos de encontro e das relações interpessoais. Mesmo que ache difícil reconhecê-lo, é importante fazer isso para proteger seu bem-estar emocional.
O site Psicologia-online enfatiza:
"O curving é um lembrete da importância de sermos claros e honestos em nossos relacionamentos e de tratarmos os outros com respeito e compaixão. Em qualquer relação, ambas as partes devem buscar ter responsabilidade afetiva".
Fontes: Psicologia-Online / Women Working
Cármen Guaresemin
Filha da PUC de SP. Há anos faz matérias sobre saúde, beleza, bem-estar e alimentação. Adora música, cinema e a natureza. Tem o blog Se Meu Pet Falasse, no qual escreve sobre animais, outra grande paixão. @Carmen_Gua
