Redação Publicado em 14/03/2022, às 16h00
Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio (Estados Unidos) desenvolveu um novo método que promete treinar as pessoas a serem criativas e que seria melhor do que as formas atuais de estimular a criatividade.
A técnica é baseada na teoria narrativa, ajudando os indivíduos a serem criativos na forma como crianças e artistas são: inventando histórias que imaginam mundos alternativos, mudam de perspectiva e geram ações inesperadas.
Segundo os pesquisadores, o método narrativo funciona reconhecendo que todos somos criativos. Como sociedade, subestimamos a criatividade de crianças, por exemplo, porque estamos obcecados com a ideia de que algumas pessoas são mais criativas do que outras. Entretanto, a realidade é que não estamos treinando a criatividade da maneira certa.
Para analisar a hipótese, a equipe utilizou a abordagem narrativa para treinar membros do comando do exército dos EUA, bem como contaram com várias empresas e universidades para ensinar criatividade a seus funcionários e alunos.
A base atual do treinamento de criatividade é a técnica conhecida como pensamento divergente, que está em uso desde a década de 1950. É uma "abordagem computacional" para a criatividade que trata o cérebro como uma máquina lógica.
Essa metodologia funciona através de exercícios projetados para, entre outras coisas, expandir a memória de trabalho, fomentar o pensamento analógico e promover a resolução de problemas.
A grande questão é que o pensamento divergente não entregou os resultados que muitos esperavam. Sua abordagem computacional se baseia em dados e informações sobre os problemas e sucessos do passado. Isso, segundo os pesquisadores, não ajuda a preparar as pessoas para novos desafios ou para chegarem a ações verdadeiramente originais.
Confira:
O método narrativo de formação para a criatividade utiliza muitas das técnicas que os escritores usam. Uma delas é desenvolver novos mundos em sua mente.
Por exemplo, os funcionários de uma empresa podem ser convidados a pensar em seu cliente mais incomum, imaginando um mundo em que todos os seus clientes fossem assim: como isso mudaria o negócio deles? O que eles teriam que fazer para sobreviver?
Outra técnica presente nessa metodologia é a mudança de perspectiva. Um executivo de uma empresa pode ser convidado a responder a um problema pensando como outro membro de sua equipe.
Usar essas formas de pensar não significa que os cenários que imaginamos e sonhamos realmente se tornarão realidade. Os pesquisadores explicam que criatividade não é sobre adivinhar o futuro corretamente, trata-se de se abrir para imaginar possibilidades radicalmente diferentes.
Ainda de acordo com a equipe, quando fazemos isso, somos capazes de responder mais rapidamente e com agilidade às mudanças que ocorrem.
A abordagem narrativa da criatividade se assemelha à forma como as crianças pequenas são criativas - e pesquisas já mostraram que elas são mais criativas imaginativamente do que os adultos.
Mas a capacidade dos pequenos de realizarem tarefas criativas cai após quatro ou cinco anos de estudo, de acordo com análises anteriores, porque é quando as crianças começam o treinamento lógico, semântico e de memória.
Assim, essa metodologia poderia ajudar as pessoas a desbloquearem a criatividade que, talvez, tenha sido “deixada de lado” à medida que avançavam na escola.
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