Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h27 - Atualizado às 23h56
Pacientes com insuficiência cardíaca que sofrem de depressão moderada ou grave têm um risco de morrer cinco vezes maior por qualquer causa em comparação com aqueles que não sofrem de sintomas depressivos.
A conclusão é de um estudo observacional chamado Opera-HF, cujos resultados preliminares foram apresentados na conferência anual da Associação de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Europeia de Cardiologia.
Segundo o pesquisador-chefe do estudo, o professor de cardiologia John Cleland, do Imperial College London, no Reino Unido, pacientes com insuficiência cardíaca têm risco mais alto de internações hospitalares recorrentes. Cerca de 26 milhões de pessoas vivem com a doença no mundo, caracterizada quando o coração é incapaz de bombear o sangue de forma adequada e levar oxigênio suficiente para as células do corpo.
Ao todo, 154 pacientes foram avaliados para o estudo. Do total, 103 não estavam deprimidos, 27 tinham depressão leve e 24, de moderada a grave. Todos foram acompanhados ao longo de 300 dias e, no período, 27 pacientes morreram. Os pacientes que não estavam deprimidos tiveram um risco 80% menor de morte.
O professor alerta para o perigo que a depressão representa para esses pacientes – de 20 a 40% deles sofrem com sintomas como perda de motivação, de confiança, de interesse em atividades cotidianas, distúrbios de sono, alterações no apetite e menor qualidade de vida.