A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que uma em cada cinco pessoas tenha problemas relacionados à depressão em algum momento da vida, e o
Da Redação Publicado em 07/10/2020, às 10h08
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que uma em cada cinco pessoas tenha problemas relacionados à depressão em algum momento da vida, e o transtorno entre as principais principais causas de incapacidade em todo o mundo. Mas as características do transtorno, bem como suas causas, podem variar bastante, assim como os tratamentos.
Algumas pessoas podem ter episódios depressivos tão severos que chegam a ficar irreconhecíveis. Em outros casos, os sintomas são mais leves e acompanham a pessoa desde cedo, o que dificulta o reconhecimento de que algo está errado. Também há quadros associados a situações específicas.
– Transtorno depressivo maior: também chamado de depressão maior, unipolar ou clássica, tem como principais características a perda de interesse em atividades que eram prazerosas, apatia, perda de apetite e de peso, desânimo, desesperança, falta de energia, insônia ou sonolência excessiva, perda ou descontrole do apetite, lentidão psicomotora, sensação de luto, falta de reatividade do humor (a pessoa não reage nem a uma boa notícia), problemas de concentração, baixa autoestima, pensamentos sobre morte ou suicídio.
– Depressão atípica: recebe esse nome porque tem algumas características diferentes da depressão clássica, o que não significa que seja mais rara. Nesse tipo de depressão, existe a reatividade do humor, ou seja: a pessoa pode ficar contente quando algo de bom acontece, por exemplo. Outros sintomas comuns são o aumento do apetite (e ganho de peso), a tendência a dormir mais do que o normal, sensações de peso no corpo (principalmente nos ombros e nas costas) e uma sensibilidade exagerada à rejeição e críticas.
– Depressão persistente: a classificação se refere a todo quadro depressivo que dura mais do que dois anos. Os sintomas podem ser mais severos, como no transtorno depressivo maior crônico, mas também há casos em que são mais leves e acompanham a pessoa desde a adolescência (é o que os médicos costumavam chamar de distimia).
– Depressão sazonal: mais comum em países com inverno rigoroso, é a depressão que surge apenas nas épocas em que a exposição à luz solar diminui. Costuma envolver sono excessivo, aumento do apetite e tendência ao isolamento. O uso de caixas de luz pode ser muito útil nesses casos.
– Depressão secundária: é aquela que surge como consequência de doenças ou tratamentos médicos, como em casos de câncer ou dor.
– Depressão perinatal ou pós-parto: quadros depressivos durante e após a gravidez podem ter ligação com mudanças hormonais e aspectos psicológicos. Não confundir com o famoso “baby blues”, o estado de melancolia que muitas mulheres têm após o parto e que melhora sozinho em poucas semanas. Vale lembrar que o transtorno também pode trazer prejuízos para a criança.
– Transtorno disfórico pré-menstrual: quando os sintomas de depressão, ansiedade, mau humor, irritação intensa surgem de uma a duas semanas antes do período menstrual. É uma condição mais severa que a famosa TPM (tensão pré-menstrual) e pode comprometer o trabalho, os relacionamentos e a qualidade de vida da mulher.
– Depressão psicótica: quadro grave em que os sintomas depressivos acompanham delírios (a pessoa acredita fortemente em algo que não é verdade, como achar que tem algum superpoder ou que está sendo perseguida) e/ou alucinações (ter visões que não correspondem à realidade, ouvir vozes imaginárias, sentir cheiros que não existem ou picadas na pele, por exemplo). Pode surgir em pacientes com depressão maior (unipolar) ou bipolar.
– Depressão bipolar: é a que afeta pessoas com transtorno afetivo bipolar, em que existe a a alternância entre episódios depressivos (que podem durar semanas ou meses), e de mania ou hipomania (fases em que a pessoa fica eufórica ou irritável, “acelerada”, impulsiva, com ideias de grandeza e pode se envolver em comportamentos de risco). A depressão bipolar costuma ser grave e envolve risco maior de suicídio. O paciente com o transtorno nunca deve tomar antidepressivos isoladamente, pois esses medicamentos podem aumentar o risco de mania ou hipomania.
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