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Do DIU à mamografia: mulheres deixaram os cuidados preventivos em 2020

Muitas mulheres deixaram de fazer exames preventivos importantes, como a mamografia e o papanicolau - iStock
Muitas mulheres deixaram de fazer exames preventivos importantes, como a mamografia e o papanicolau - iStock

Redação Publicado em 16/07/2021, às 18h30

A pandemia de Covid-19 fez com que muitas mulheres deixassem de ir a importantes consultas de saúde e fizessem exames preventivos, mesmo após a reabertura das clínicas. Essas são descobertas de um novo estudo da Universidade de Michigan (Estados Unidos) e que foram publicadas no JAMA Health Forum

O estudo analisou os exames de câncer de mama, colo de útero, infecções sexualmente transmissíveis (IST) e dois tipos de métodos contraceptivos – prescrições para os anticoncepcionais orais e inserções de dispositivos de longa duração, como o DIU (dispositivo intrauterino) – a partir de um banco de dados com 685.000 mulheres entre 18 e 74 anos.  

De acordo com os achados, para todo o ano de 2020, as mulheres adultas cobertas pela maior seguradora privada de saúde da cidade de Michigan tiveram de 20% a 30% menos chances de acesso a esses serviços do que em 2019. 

Segundo os pesquisadores, como era esperado, foi observada uma queda acentuada durante o primeiro pico da pandemia – entre março e abril de 2020 –, período em que as autoridades ordenaram a pausa de todos os cuidados de saúde considerados não essenciais. Entretanto, mesmo depois da reabertura das clínicas, não houve um aumento adicional ao longo do resto do ano para compensar o “tempo perdido”. 

As disparidades aumentaram 

A pesquisa também sugere que as disparidades do acesso aos cuidados preventivos podem ter piorado devido à pandemia de Covid-19. Assim, mulheres com menor renda ou menos capacidade de falar inglês – no caso, negras e latinas – já eram conhecidas antes do isolamento social como parte do grupo menos propenso a receber esse tipo de serviço conforme é recomendado. 

Embora os dados utilizados no estudo sejam anônimos, ou seja, não incluíam informações sobre raça, etnia, renda ou proficiência em inglês das pacientes, havia o CEP de cada uma. Dessa forma, foi possível ver que o menor uso de cuidados preventivos em 2020 aconteceu entre mulheres que vivem em áreas de menores níveis de renda média, com residentes não brancas ou não fluentes em inglês. 

Confira:

É hora de recuperar o tempo perdido

De acordo com os autores, a recomendação é que essas mulheres que deixaram de ir a consultas importantes ou de fazer exames preventivos entrem em contato com os serviços de saúde para retornar e realizar o que foi interrompido pela pandemia. 

É fundamental que as pacientes façam a mamografia, o papanicolau, o rastreamento de IST ou o novo implante anticoncepcional de longa duração para substituir aquele que chegou ao fim de sua vida útil. 

Vale lembrar que, embora um único exame de mamas ou papanicolau tardio ou perdido possa não ter um grande impacto na vida de uma mulher, desde que seja rapidamente reagendada, uma troca de método contraceptivo ou teste de IST poderia. 

Para os pesquisadores, a redução da interação social durante a pandemia, incluindo a diminuição da atividade sexual entre aquelas que não estavam em um relacionamento antes desse período, pode compensar parte do risco de infecções sexualmente transmissíveis ou de gravidez não planejada. Entretanto, ainda não se sabe ao certo os impactos em longo prazo. 

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