Um estudo analisou mais de 2.100 gêmeos para chegar à conclusão, publicada no periódico "Pain"
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h25 - Atualizado às 23h56
Um estudo mostra que fatores genéticos podem explicar por que a associação entre sintomas depressivos e dor nas costas é tão comum.
O trabalho, que envolveu mais de 2.100 gêmeos, foi publicado no periódico Pain, da Associação Internacional para o Estudo da Dor.
Pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, e de um grande banco de dados de gêmeos na Espanha descobriram que existem fatores genéticos em comum nos pacientes que sofrem de dor lombar e também de depressão.
Em uma primeira análise, considerando os participantes como indivíduos, e não gêmeos, eles descobriram que a probabilidade de ter dor nas costas é 1,6 maior para quem sofre sintomas de depressão e ansiedade.
Ao analisar pares de gêmeos, a probabilidade continuou praticamente a mesma. Só que, ao considerar apenas gêmeos não idênticos (dizigóticos), houve um aumento de 2,3 na probabilidade de apresentar dor lombar associada à depressão e ansiedade.
Os pesquisadores concluíram que a associação mais forte encontrada em gêmeos não idênticos (que só compartilham metade dos genes) resultou da confusão causada por fatores genéticos comuns, que influenciam ambas as condições. Ou seja: genes que afetam neurotransmissores como serotonina e noradrenalina, por exemplo, podem aumentar o risco tanto de depressão como de sofrer com dores nas costas.
De qualquer forma, mais estudos com gêmeos são necessários para confirmar os resultados, segundo os autores.