O aumento da duração do sono reduziu a ingestão calórica em uma média de 270 kcal por dia
Redação Publicado em 08/02/2022, às 15h04
Dormir mais pode estar ligado a uma quantidade menor de calorias consumidas, sugere um novo estudo realizado pela Universidade de Chicago (Estados Unidos) e publicado na JAMA Internal Medicine.
De acordo com os achados, adultos jovens e acima do peso que, habitualmente, dormiam menos de 6,5 horas por noite, passaram a dormir, em média, 1,2 horas a mais após uma sessão personalizada de aconselhamento de higiene do sono. A intervenção estendeu o tempo de sono, na média, para 8,5 horas.
Esse aumento da duração do sono reduziu a ingestão calórica global dos indivíduos em uma média de 270 kcal por dia. Segundo os pesquisadores, outros estudos já mostraram que a restrição do sono pode levar ao aumento da ingestão alimentar, aumentando o risco de ganho de peso.
Porém, o objetivo dessa pesquisa era descobrir se estender o sono seria capaz de reverter alguns desses resultados. O estudo examinou os efeitos da extensão do sono na ingestão calórica em um ambiente real, ou seja, sem manipulação ou controle sobre os hábitos alimentares e estilo de vida dos participantes.
Para acompanhar a ingestão calórica das pessoas, os pesquisadores se basearam em um método conhecido como "doubly labeled water" – em português, "água duplamente rotulada" – em que é possível medir, através de testes de urina, o gasto energético diário.
Os indivíduos que aumentaram a duração do sono foram capazes de reduzir sua ingestão calórica em uma média de 270 kcal por dia, o que se traduziria em cerca de 12 kg de perda de peso em três anos se os efeitos fossem mantidos a longo prazo.
Confira:
Para os pesquisadores, o mais surpreendente foi observar que, após uma única sessão de aconselhamento para dormir, os participantes já eram capazes de mudar seus hábitos de sono o suficiente para resultar em um aumento da sua duração.
Em média, as pessoas aumentaram a duração do sono em mais de uma hora por noite. Apesar de não prescrever outras mudanças no estilo de vida, a maioria teve uma grande redução no quanto comeu, com alguns indivíduos comendo até 500 calorias a menos por dia.
Além disso, a equipe revelou ainda que, embora o estudo não tenha avaliado sistematicamente fatores que podem ter influenciado o comportamento do sono, limitar o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir apareceu como uma intervenção fundamental.
O período total de estudo foi de quatro semanas, sendo duas destinadas à coleta de informações básicas sobre o sono e a ingestão calórica, seguidas de outras duas semanas para monitorar os efeitos da intervenção do sono.
Segundo os pesquisadores, o estudo trouxe evidências quantificadas mostrando uma diminuição na ingestão calórica e um saldo energético negativo, ou seja, quando o consumo calórico é menor do que as calorias queimadas.
Se os hábitos saudáveis de sono forem mantidos por mais tempo, isso levaria a uma perda de peso significativamente importante ao longo do tempo. Muitas pessoas trabalham duro para encontrarem maneiras de diminuir sua ingestão calórica para perder peso e o estudo mostrou que apenas dormindo mais é possível reduzi-lo substancialmente
Para a equipe, esta pesquisa deve estimular novos estudos maiores sobre controle de peso para determinar se a extensão da duração do sono pode apoiar programas de perda de peso e ajudar a prevenir ou reverter a obesidade.
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