Redação Publicado em 06/08/2021, às 13h50
A pandemia do coronavírus colocou o Brasil no topo do ranking de casos de depressão e ansiedade, segundo dados de um estudo da Universidade de Ohio (EUA) divulgados em fevereiro.
De acordo com a pesquisa, que ouviu 13 mil pessoas, o Brasil foi o país dentre os analisados que mais teve casos, com 63% das pessoas apresentando relatos de ansiedade e 59% sintomas de depressão.
Depressão e ansiedade são transtornos mentais que afetam a saúde de maneira considerável e devem ser tratados por meio de terapia e, em algumas vezes, até de medicamentos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que uma em cada cinco pessoas tenha problemas relacionados à depressão em algum momento da vida e o transtorno está entre as principais causas de incapacidade em todo o mundo.
Com a vacinação avançando pelo país e as medidas de restrição cada vez mais leves, já é possível adotar um estilo de vida mais ativo fora de casa, com idas à academia e ao parque, por exemplo.
A prática de atividades físicas regulares pode ser uma grande aliada do tratamento convencional desses transtornos, promovendo melhoria da qualidade de vida. Elas liberam hormônios como a dopamina e a endorfina, que contribuem para a sensação de prazer, melhoria do humor e da autoestima.
Durante essas atividades, o corpo libera esses hormônios, pois entende que está em uma situação de estresse - e que precisa de uma “ajudinha” hormonal. Por isso, é comum muitas pessoas descreverem sentir felicidade, alegria e euforia depois de se exercitarem: os hormônios têm grande papel nesses resultados.
Em longo prazo, esses hormônios também ajudam a fortalecer a massa muscular, tirar dores, acelerar o metabolismo e desenvolver a resistência aeróbica, aspectos que, aliados ao tratamento convencional, podem aumentar a sensação de felicidade, trazendo benefícios diversos para a saúde mental.
Confira:
Além disso, o exercício regular pode melhorar o humor também ao aumentar uma proteína do cérebro chamada BDNF, que ajuda as fibras nervosas a crescerem e promove uma melhora na função cerebral. De acordo com pesquisas, em pessoas deprimidas, o hipocampo do cérebro (região que ajuda a regular o humor) é menor - e o exercício favorece o crescimento das células nervosas nessa área.
Para algumas pessoas, funciona tão bem quanto os antidepressivos, embora o exercício por si só não seja suficiente para alguém com depressão grave", diz Michael Craig Miller, professor assistente de psiquiatria da Harvard Medical School em um artigo recente sobre como o exercício é um tratamento natural para combater a depressão.
Tanto as práticas aeróbicas, como caminhada, corrida, natação e esportes com bola, quanto as de fortalecimento muscular, como musculação, calistenia e pilates, podem contribuir: o mais importante é manter a regularidade na prática.
A Organização Mundial da Saúde recomenda atividades físicas moderadas de 150 a 300 minutos por semana ou intensas de 75 a 150 minutos (quando não há contraindicação).
Para escolher qual atividade praticar, veja aquela que se encaixa melhor na sua rotina e, principalmente, uma que tenha prazer em realizar. A orientação de profissionais da educação física também é importante, pois torna a prática mais segura e favorece a disciplina e a evolução no esporte escolhido.
Vale lembrar que problemas como ansiedade, depressão e estresse são importantes e devem ser diagnosticados e tratados por especialistas da área de saúde mental. A prática regular de atividades físicas, porém, é ótima aliada!