Redação Publicado em 31/03/2022, às 13h00
Uma esponja de cozinha é o ambiente perfeito para uma próspera variedade de bactérias diferentes, de acordo com pesquisadores da Duke University. Depois de fazer experimentos, cientistas descobriram que a esponja na pia da cozinha é a melhor incubadora para diversas comunidades de bactérias do que uma placa de Petri (utilizada em laboratórios de microbiologia e rotinas de bacteriologia para cultura e identificação de microrganismos).
E não são apenas as sobras presas que alimentam os micróbios em abundância, eles alertam. É a estrutura da esponja que abriga esses germes. Bactérias são um pouco como as pessoas: algumas são extrovertidas gregárias que preferem viver em uma comunidade, enquanto outras são solitárias reticentes que preferem evitar multidões. Quando você despeja um monte de bactérias diferentes em uma placa de Petri, os solitários não têm onde se esconder, limitando o quão ampla e diversificada a comunidade microbiana pode se tornar.
Uma esponja de cozinha tem a estrutura perfeita para fornecer grandes espaços para as bactérias que amam a comunidade, bem como compartimentos menores para aquelas que querem apenas ser deixadas sozinhas. Assim, uma esponja de cozinha é o ambiente perfeito para uma próspera variedade delas.
Pelo menos, foi o que o grupo de engenheiros biomédicos descobriu ao fazer experimentos para saber como as espécies de bactérias afetam a população de outras espécies em diferentes ambientes. Os pesquisadores publicaram suas descobertas na revista Nature Chemical Biology.
Compreender como um determinado ambiente afeta os micróbios pode ser útil para indústrias que usam bactérias para realizar diferentes trabalhos. Por exemplo, micróbios devoradores de óleo ajudam a limpar derramamentos do produto. Descobrir em quais ambientes eles prosperam melhor pode tornar a limpeza da poluição mais eficiente.
Mas há outro benefício de pesquisas como essa que atinge mais perto de casa: descobrir quais itens são mais propensos a estar repletos de bactérias nos ajudará a evitar os danos à saúde. Os pesquisadores deste novo estudo não analisaram alternativas de lavagem de louça para ambientes de bactérias menos hospitaleiros, mas é possível que panos ou escovas sejam menos propensos a hospedar uma comunidade de micróbios tão diversa quanto esponjas de cozinha.
Uma pesquisa feita pela Fundação de Pesquisa para Saúde e Segurança Social (FESS), em 2016, já mostrava que a cozinha é um dos ambientes da casa com maior concentração de germes. Segundo o estudo, uma simples esponja de lavar louça é o produto mais contaminado, podendo concentrar um criadouro de microrganismos em razão do acúmulo de restos de alimento e umidade.
A Condor, empresa que fabrica esponjas, entre outros itens, recomenda que a troca desse produto não ultrapasse 15 dias, e o ritual de higienização deve ser feito em média a cada três ou quatro dias. Após o uso, é necessário lavar a esponja, colocando-a em um litro de água fervida por dez minutos. Assim que a água esfriar, a esponja deve ser seca e guardada em local arejado. Outra recomendação é ter uma para louças e outra para panelas e pia.
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