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Esportes na infância: conheça os benefícios e como escolher

As atividades físicas favorecem a saúde físical e mental, além de melhorar o foco e as habilidades sociais - iStock
As atividades físicas favorecem a saúde físical e mental, além de melhorar o foco e as habilidades sociais - iStock

Não é novidade que atividade física e hábitos saudáveis são importantes em qualquer fase da vida, mas é na infância que são adquiridos gostos e hábitos em favor da saúde e do bem-estar. Inserir os exercícios na rotina desde cedo possui vários benefícios, tanto para o presente quanto para o futuro, como: desenvolvimento motor, redução e controle de doenças cardiovasculares, fortalecimento do sistema muscular, controle de peso, melhora da resistência aeróbia, domínio do próprio corpo, melhora da postura e do equilíbrio, aumento da qualidade do sono, melhora da autoestima, do foco e da concentração.

Crianças ativas são mais saudáveis e, consequentemente, serão adultos com menos tendência ao sedentarismo. O esporte torna as crianças mais ágeis e resistentes. A prática regular e variada auxilia na formação neural, já que elas aprendem habilidades motoras diferentes. Além disso, as chances de os pequenos ativos se tornarem adultos apaixonados pelo exercício e com hábitos saudáveis são muito maiores. 

Hormônios do bem-estar

Os exercícios físicos, tanto individuais, quanto em grupo, liberam hormônios necessários para a saúde mental. A endorfina provoca sensação de prazer, bem-estar, previne e trata quadros depressivos e de ansiedade. Além disso, a atividade física ajuda a dormir melhor combatendo a insônia e estimulando o corpo na produção da serotonina. Ela funciona como um precursor da melatonina, que é o hormônio regulador do sono.

Correr, pular, girar e dançar são movimentos que fazem parte das brincadeiras da criançada. Além dos benefícios físicos, os jogos e as brincadeiras promovem a criatividade, a habilidade social, o raciocínio e o controle das emoções. Brincar ajuda a trabalhar valores necessários para as crianças, pois é durante esses momentos que elas se expressam e exercitam a fala. Coragem, desafios, medos e incertezas são sentimentos que elas praticam ao brincar.

Foco, memória e aprendizado

Segundo alguns estudos, o exercício físico auxilia no aumento do foco mental e do controle executivo, que consiste na resistência à distração e manutenção do foco, bem como na memória de trabalho e na flexibilidade cognitiva. Isso significa que contribui para que as crianças sejam menos impulsivas e mais focadas, o que as torna mais preparadas para aprender.

Quando a criança brinca, por exemplo, de queimada, ou ao participar de um jogo cooperativo, ela é estimulada a trabalhar as soft skills, como comunicação, pensamento crítico, resiliência e liderança. Isso ocorre porque as aulas em grupo estimulam as crianças a desenvolver sua capacidade de interação com o mundo em que estamos inseridos, ajudando a se tornarem adultos mais saudáveis, equilibrados e conscientes.

Confira:

Competições

A participação em campeonatos contribui com a sociabilização e ensina as crianças a respeitarem as regras. Perder um jogo ou uma disputa é uma forma dos pequenos aprenderem a lidar com a frustração, ensinando a ser persistente e a driblar um obstáculo. Ganhar uma competição, colocar uma medalha no peito, é motivo de orgulho e bem-estar, o que auxilia na melhora da autoestima.

Para que uma criança participe de um campeonato, é importante que ela esteja inserida em uma rotina de aulas/treinos e habituada com situações de jogos. Além disso, o profissional que acompanha essa criança deve entender qual o momento mais adequado para ela participar destes eventos considerando não somente a condição física, mas também outros fatores, como idade, equilíbrio socioemocional e a própria vontade da criança.

Orientação profissional

A prática de esportes adequada à etapa de desenvolvimento em que a criança está inserida deve ser orientada por um profissional competente e especializado, e é extremamente positiva. Ainda sim, pode ser vista como negativa quando: os pais impõem um esporte sem considerar a vontade da criança; a criança sente uma pressão muito grande dos pais e de outras pessoas por alta performance; a carga de treino (intensidade e volume) é maior do que o necessário, ou conflita com a rotina fisiológica da criança, por exemplo: fazer atividade física em horários que esteja com muito sono à noite ou em horários que ela deveria se alimentar.

De maneira geral, todas as atividades físicas podem ser praticadas na infância. Mas é importante adequá-las às fases e idades do desenvolvimento infantil. O ideal é que a criança também tenha um acompanhamento pediátrico para ficar de olho no progresso.

Incentivo dos pais

A criança é ativa por natureza, mas se ela não tiver estímulo, buscará o caminho mais fácil. Os videogames e jogos on-line, por exemplo, são muito atrativos. Quando imaginamos um momento de lazer de crianças e adolescentes, deveríamos pensar em brincadeiras na praça, andar de bicicleta ou jogos com irmãos e amigos. É preciso buscar outras saídas e os pais devem estimular isso. Se quem cuida não incentivar essas atividades, fica mais fácil para a criança aderir a comportamentos sedentários.

É importante lembrar que os filhos se espelham nos pais. Se os adultos da família se alimentam bem e são ativos, inclusive nos momentos de lazer, as chances de as crianças adotarem esses comportamentos são maiores. Portanto, a busca pela atividade física não deve ser somente das crianças, mas também dos pais.

Paula Toyansk

Paula Toyansk

Bacharel em Administração de Empresas, Licenciatura plena em Educação Física, conta com duas especializações em Aprendizagem Motora (USP) e em Administração e Marketing Esportivo (Estácio). Está no segmento fitness há 18 anos, é gerente nacional de Kids e Acqua da Bodytech e é professora de pós-graduação na disciplina de Gestão Esportiva do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) desde 2017.

@paula.toyansk

* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Site Doutor Jairo