Estudo aponta possível causa do desejo de ingerir coisas estranhas de algumas grávidas

Pesquisadores norte-americanos descobriram que o problema é comum em adolescentes gestantes e pode ter relação com deficiência de ferro

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h18 - Atualizado às 23h57

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Um estudo feito nos Estados Unidos ajuda a desvendar o que está por trás do desejo que algumas gestantes têm de comer alimentos ou coisas estranhas, como gelo, talco, papel, amido de milho e sabonete. Esse tipo de compulsão é chamada de alotriofagia.

Pesquisadores da Universidade de Cornell avaliaram 158 adolescentes grávidas de Rochester, no Estado de Nova York, e detectaram a compulsão em quase metade delas, uma proporção bastante alta. O desejo mais comum – que afetava 82% – era o de comer grandes quantidades de gelo.

Eles descobriram que essas jovens tinham níveis significativamente mais baixos de ferro em comparação com as que não tinham alotriofagia.

Adolescentes grávidas, de forma geral, têm risco maior de apresentar redução nos níveis de hemoglobina, o que pode levar à deficiência de ferro e anemia. Isso, por sua vez, aumenta o risco de partos prematuros e bebês com baixo peso ao nascer.

De acordo com o trabalho, publicado na edição on-line do Journal of Nutrition, a associação entre anemia e alotriofagia é muito forte.  E os problemas  ficam mais intensos ao longo da gravidez.

Os pesquisadores explicam que ingerir coisas estranhas não altera os níveis de ferro no organismo. A questão é que a deficiência desse nutriente pode ter um efeito sobre a química cerebral, causando esses desejos.

O estudo foi financiado pelo Departamento de Agricultura e pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos.

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