Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h46 - Atualizado às 23h54
Jovens com sintomas depressivos, que usam álcool e maconha natural são os mais propensos a experimentar a maconha sintética, também chamada de Spice ou K2, um tipo de droga que tem causado problemas sérios em diversos países.
A conclusão é de um estudo publicado no periódico Pediatrics, um dos primeiros a analisar os comportamentos de risco que levam os jovens a experimentar a maconha sintética, segundo os autores, da Universidade do Texas.
O trabalho contou com 964 alunos do ensino médio de escolas norte-americanas, que responderam a questionários em duas ocasiões, com um ano de intervalo entre elas. Na segunda abordagem foi possível identificar adolescentes que experimentaram a maconha sintética e avaliar características em comum entre eles no ano anterior.
Os canabinoides sintéticos são substâncias similares quimicamente ao THC, o componente ativo da maconha. Eles são produzidos em laboratórios de fundo de quintal e aplicados em plantas parecidas com a cannabis. Um produto nunca é igual ao outro, por isso não dá para prever direito os efeitos que cada lote pode causar.
A maconha sintética pode ser de 40 a 600 vezes mais potente que o THC, chegando, algumas vezes, a ser letal. A opção atrai os jovens pelo efeito turbinado, mas também pela associação com a maconha de verdade, vista como segura (e, em algumas partes dos Estados Unidos, até legal). Além disso, a droga é barata e tem a vantagem de não ser detectada em exames de urina.