Indivíduos com lesão cerebral causada por trauma, por exemplo, demonstraram uma propensão nove vezes maior ao suicídio
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h47 - Atualizado às 23h54
Um estudo norte-americano mostra como doenças crônicas, como dores nas costas, diabetes, distúrbios do sono e HIV, entre outras, podem aumentar o risco de uma pessoa acabar com a própria vida.
O levantamento incluiu 2.674 indivíduos que morreram por suicídio entre 2000 e 2013, que foram comparados a um grupo-controle de 267 mil pessoas.
O trabalho, feito pelo Centro de Pesquisas do Sistema de Saúde Henry Ford, encontrou relação entre 17 diferentes condições e a probabilidade aumentada de acabar com a própria vida, de um total de 19. São elas: asma, dor nas costas, lesões cerebrais, câncer, insuficiência cardíaca congestiva, transtorno pulmonar obstrutivo crônico, diabetes, epilepsia, HIV/Aids, doenças cardíacas, hipertensão, enxaqueca, doença de Parkinson, dor psicogênica, transtorno renal, distúrbios do sono e acidente vascular cerebral (AVC).
Indivíduos com lesão cerebral causada por trauma, por exemplo, demonstraram uma propensão nove vezes maior ao suicídio, enquanto que, entre indivíduos com HIV/Aids, o risco era o dobro. A associação de duas doenças também aumentava consideravelmente a tendência.
Embora as taxas de mortalidade por muitas doenças tenham diminuído nos últimos anos, devido a novas tecnologias e tratamentos, os números do suicídio continuam subindo entre homens e mulheres, e em todas as faixas etárias. Isso é observado mesmo entre pacientes que não têm diagnóstico prévio de transtornos mentais.
Entender e documentar as razões por trás desse problema é cada vez mais importante. Só nos EUA, a mortalidade por suicídio aumentou 24% nos últimos 15 anos.