Estudo mostra que atividade física traz ainda mais benefícios cardiovasculares para quem sofre de depressão e de ansiedade
Redação Publicado em 24/03/2022, às 18h00
A atividade física regular quase dobrou o benefício cardiovascular em indivíduos com depressão ou ansiedade, de acordo com um estudo da Faculdade Americana de Cardiologia. Os achados se somam a evidências crescentes de que o exercício melhora a saúde cardiovascular, ajudando a ativar partes do cérebro que neutralizam o estresse.
A pesquisa constatou que as pessoas que alcançaram a quantidade recomendada de atividade física por semana tiveram 17% menos chances de sofrer um grande evento cardiovascular adverso do que aquelas que se exercitavam menos.
Esses benefícios foram significativamente maiores naqueles com ansiedade ou depressão, que tiveram uma redução de risco de 22% versus 10% daqueles sem qualquer condição.
Segundo os pesquisadores, o efeito da atividade física na resposta do cérebro ao estresse pode ser particularmente relevante em pessoas com condições psiquiátricas relacionadas a essa condição. Entretanto, isso não quer dizer que o exercício só é eficaz em pessoas com depressão ou ansiedade, apenas sinaliza que esses pacientes parecem obter um maior benefício cardiovascular da atividade física.
Para o estudo, os autores analisaram registros de saúde de mais de 50.000 pacientes de um banco de dados. Pouco mais de 4.000 sofreram um grande evento cardiovascular adverso, ou seja, ataque cardíaco, dor no peito causada por uma artéria bloqueada ou se submeter a um procedimento para abrir uma artéria bloqueada no coração.
Primeiro, a equipe avaliou as taxas dos principais eventos coronários entre os pacientes que relataram se exercitar, pelo menos, 500 minutos equivalentes metabólicos (MET) por semana, alinhando-se com a recomendação de, no mínimo, 150 minutos de exercícios semanais de intensidade moderada.
O MET é uma unidade de exercício que representa a quantidade de energia gasta durante várias atividades. A análise revelou que as pessoas que realizaram, pelo menos, 500-MET ou mais por semana tiveram 17% menos chances de sofrer um evento cardiovascular adverso.
Confira:
A próxima etapa foi analisar como esse padrão se desenvolveu entre os pacientes que tinham diagnóstico de depressão ou de ansiedade em comparação com aqueles sem o diagnóstico. Esta segunda análise revelou que pessoas depressivas obtiveram mais que o dobro do benefício do exercício em termos de redução do risco cardiovascular em comparação com aquelas que não tinham depressão. Um cenário semelhante foi encontrado entre os pacientes com ansiedade.
A pesquisa expande-se em estudos anteriores da equipe de pesquisa que usou imagens cerebrais para determinar como o exercício melhora a saúde cardiovascular, ajudando a manter a resposta ao estresse do cérebro sob controle. De acordo com os achados, os indivíduos com depressão ou ansiedade têm maior atividade neural relacionada ao estresse e maior risco de doenças cardiovasculares.
Embora o estudo tenha usado 500-MET como um corte para a análise, os pesquisadores ressaltam que pesquisas anteriores mostraram que as pessoas podem reduzir o risco de doenças cardíacas mesmo que não atinjam a quantidade recomendada de exercício semanal. Mesmo um pouco de atividade física regular pode fazer a diferença em termos de risco cardiovascular.
Segundo a equipe, qualquer quantidade de exercício é útil, especialmente para aqueles com depressão ou ansiedade. Não só a atividade física os ajuda a se sentirem melhor, mas também reduzirão fortemente o risco de doenças cardiovasculares.
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