Pesquisadores mostram que proteínas liberadas na atividade física podem suprimir o crescimento do tumor
Redação Publicado em 05/10/2021, às 16h30
Uma nova pesquisa da Universidade Edith Cowan (Austrália) mostrou que o exercício físico pode ser essencial na batalha de pacientes contra o câncer de próstata.
De acordo com os resultados, praticar atividade física faz com que os músculos liberem no sangue proteínas chamadas miocinas, que podem conter o crescimento do tumor e, até mesmo, ajudar ativamente a combater as células cancerígenas.
O estudo contou com a participação de pacientes com câncer de próstata obesos que foram submetidos a um treinamento regular de exercícios ao longo de 12 semanas, fornecendo amostras de sangue antes e depois dos treinos. Com as amostras, a equipe as aplicou diretamente em células cancerígenas vivas.
Confira:
As descobertas ajudam a explicar por que o câncer progride mais lentamente em pacientes que se exercitam. Segundo os pesquisadores, os níveis de miocinas aumentaram nos três meses de acompanhamento e, ao comparar o sangue pré e pós-treino sobre as células vivas, foi observada uma supressão significativa do crescimento dessas células no sangue coletado após o treinamento, mostrando que o exercício crônico cria um ambiente supressivo do câncer no corpo.
Os pesquisadores ressaltam que, embora as miocinas pudessem sinalizar que as células cancerígenas cresceriam mais lentamente, elas não conseguiam matá-las sozinhas. Mesmo assim, os achados mostraram que as proteínas podem se unir a outras células no sangue para combater ativamente o câncer.
Em outras palavras, as miocinas não sinalizam para as células do câncer morrerem. Entretanto, elas alertam nossas células imunes – conhecidas como células T – para atacarem e matarem as células cancerígenas.
De acordo com a equipe, o exercício também complementa outros tratamentos do câncer de próstata, como a terapia de privação de androgênio. Apesar de ser eficaz e comumente prescrito, esse método também pode levar a uma redução significativa da massa magra e a um aumento da massa gorda, resultando em obesidade sarcopênica, pior saúde e desfechos de câncer.
O estudo se concentrou em analisar o câncer de próstata por ser o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, perdendo somente para o de pele não melanoma. Entretanto, para os pesquisadores, esse mecanismo também pode ser aplicado em outros tipos de câncer.
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