Falta da atividade física prejudica desempenho na escola, diz estudo

Especialistas norte-americanos chamam atenção para as perdas cognitivas causadas pela redução da atividade física em escolas

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h22 - Atualizado às 23h57

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Ao longo dos últimos trinta anos, a prática de atividade física entre as crianças diminuiu acentuadamente. As implicações de saúde pública desse declínio incluem uma crescente prevalência de obesidade e doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Agora, os especialistas começam a questionar quais as consequências do sedentarismo para o cérebro das crianças.

Um artigo publicado por mais de 20 pesquisadores no periódico Monographs of the Society for Research in Child Development indica que, apesar de muitas escolas terem reduzido as aulas de educação física para dar mais ênfase no estudo, a iniciativa acabou tendo resultado oposto: o desempenho escolar das crianças caiu.

Instituições de saúde norte-americanas sugerem que as crianças tenham no mínimo 60 minutos de atividade física intermitente por dia. No entanto, em 2012, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, apenas 30% dos alunos tiveram educação física diariamente.

No entanto, estudos mostram que crianças fisicamente ativas tendem a superar seus pares sedentários na sala de aula e nas provas. Segundo as monografias, aqueles que se envolvem mais em atividades físicas têm um volume maior nos gânglios basais e no hipocampo, duas áreas do cérebro associadas ao controle cognitivo (controle do pensamento, tomada de decisão e ação) e à memória.

Crianças fisicamente ativas também têm mais atenção e concentração que as sedentárias. Isso vale inclusive para crianças com necessidades especiais, segundo os pesquisadores. Eles acrescentam que a atividade física é uma intervenção não medicamentosa importante para crianças com TDAH (Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade) e transtornos do espectro do autismo.

Um dos principais autores, o professor de cinesiologia e saúde comunitária Charles Hillman, da Universidade de Illinois, diz que os governos de as escolas devem considerar essas evidências e investir em mais atividade física.

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