Estudo foi desenvolvido na Universidade Federal de São Carlos e contou com homens e mulheres
Redação Publicado em 22/07/2021, às 10h00
A importância da vitamina D para a absorção de cálcio pelo organismo já foi apontada em diversas pesquisas. Porém, um novo estudo, desenvolvido na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) comprovou, pela primeira vez, que a falta desta vitamina pode aumentar o risco de incapacidade funcional para pessoas com mais de 50 anos.
Conforme o corpo vai envelhecendo, algumas dificuldades de movimentação tendem a surgir, principalmente para pessoas sedentárias. Porém, quando essa dificuldade passa a atrapalhar tarefas cotidianas, como comer, se vestir, tomar banho, ir ao banheiro, levantar e andar, é caracterizada como incapacidade funcional.
O estudo foi realizado com mais de 4.800 participantes que, a princípio, não relataram dificuldade para realizar tarefas cotidianas e foram classificados de acordo com os níveis de vitamina D no sangue: suficiente, insuficiente ou deficiente. O grupo foi acompanhado durante quatro anos e, após esse período, os participantes foram reavaliados para verificar se desenvolveram dificuldades.
Ao final dos quatro anos de acompanhamento, a pesquisa indicou que homens com deficiência de vitamina D tiveram risco 44% maior de desenvolver incapacidade quando comparados aos que tinham níveis suficientes da vitamina. Já as mulheres tiveram um risco 53% maior de desenvolverem incapacidade, quando comparadas às que tinham níveis suficientes.
“Apesar do risco ser numericamente maior nas mulheres, a diferença estatística é muito pequena para afirmar que exista diferença entre os sexos, portanto, manter os níveis adequados de vitamina D no organismo é importante para todos”, explica Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) e médico especialista em Nutrologia, Endocrinologia e Clínica Médica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
O especialista afirma que, ao envelhecer, os níveis de vitamina D tendem a diminuir e, por ser fundamental para a manutenção da saúde dos ossos e músculos, a sua falta pode comprometer a funcionalidade das pessoas maduras.
A formação da vitamina D no organismo se dá de algumas formas. A mais conhecida é a exposição solar, mas, para isso, é necessário se expor por, no mínimo, 15 minutos diários, de preferência entre 10 e 14 horas, momento de maior presença dos raios UV, responsáveis por ativar o metabolismo de formação dessa vitamina a partir da pele. A exposição deve ocorrer com pelo menos os braços descobertos, sem o uso de protetores solares, que atrapalham a sintetização da vitamina D.
Prefira alimentos como peixes gordurosos, óleo de fígado de bacalhau e cogumelos secos. Leite, ovos e fígado bovino também têm a vitamina, mas em menor quantidade. Além disso, esse micronutriente pode ser reposto por meio da suplementação. “Os suplementos de vitamina D são indicados para aqueles casos em que a exposição solar e a alimentação não fornecem a quantidade adequada, podendo prejudicar a saúde do indivíduo”, finaliza Ribas Filho.
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