Um relatório lançado nesta quinta-feira (26) pela Unaids (programa das Nações Unidas voltado para a Aids) traz novas metas para que os países se esforcem
Da Redação Publicado em 26/11/2020, às 15h52 - Atualizado às 20h18
Um relatório lançado nesta quinta-feira (26) pela Unaids (programa das Nações Unidas voltado para a Aids) traz novas metas para que os países se esforcem no combate à discriminação a pessoas que vivem com HIV até 2025, para que em 2030 a Aids deixe de ser uma ameaça à saúde pública.
Além disso, o documento, que recebeu o nome de “Superando Pandemias ao Colocar Pessoas no Centro”, também aborda os principais desafios para lidar com a epidemia de HIV/Aids durante a pandemia de Covid-19.
De acordo com a Agência Aids, o objetivo das metas é garantir um ambiente propício para que haja uma resposta eficaz ao HIV. O esforço é para que menos de 10% dos países tenham leis e políticas punitivas, que menos de 10% das pessoas que vivem com HIV sofram discriminação, e que menos de 10% experimentem desigualdade e violência de gênero.
Alguns países da África Subsaariana, como Botswana e Eswatini, alcançaram ou até excederam as metas estabelecidas para 2020, segundo a Unaids. Mas muitos outros ficaram para trás. De 2010 a 2019, o número de novas infecções aumentou 72% no leste Europa e Ásia Central; em 22% no Oriente Médio e Norte da África; e em 21% na América Latina.
Além de aumentar a cobertura para tratar pessoas com HIV e oferecer serviços de saúde reprodutiva e sexual, é fundamental que os países combatam o estigma e a discriminação. O programa pede que os esforços sejam concentrados nas pessoas em maior risco e nas populações marginalizadas, o que inclui mulheres e meninas jovens, adolescentes, profissionais do sexo, pessoas trans, pessoas que injetam drogas, gays e outros homens que fazem sexo com homens.
Em relação ao diagnóstico e tratamento, a Unaids propõe que os países alcancem coberturas de 95% para cada subpopulação:
Pesquisas recentes feitas em 13 países mostram que ainda existe muito estigma e discriminação contra pessoas que vivem com HIV nas unidades de saúde, como negação de atendimento, comentários desdenhosos, coação ou violação de confidencialidade.
O relatório acrescenta que a pandemia de Covid-19 expôs e acentuou desigualdades, o que afetou serviços de saúde em diversas partes do mundo. Isso teve impacto expressivo na prevenção do HIV e da Aids.
Segundo uma pesquisa global com lésbicas, gays, bissexuais, pessoas transgênero e intersex (LGBTI), feita num aplicativo de rede social entre outubro e novembro, 20% dessa população não conseguiu atender às suas necessidades básicas devido à perda de receita.
Esse levantamento citado pela Unaids também mostra que 6% dos participantes tiveram menos acesso a preservativos e/ou lubrificantes durante a pandemia, e 12% dos 1.397 entrevistados que já usavam PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV) abandonaram o tratamento por causa da Covid-19.
A Unaids diz que tem se empenhado, ainda, para evitar que as vacinas contra a Covid-19, ao serem lançadas, não sejam um privilégio dos ricos.
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