Pesquisadores sugerem que gerações anteriores apresentavam menos condições crônicas de forma simultânea
Redação Publicado em 13/06/2022, às 16h00
De acordo com um novo estudo realizado pela Universidade Penn State (Estados Unidos), gerações mais recentes de idosos são mais propensas a apresentarem um número maior de condições crônicas quando comparadas às gerações anteriores.
Para os pesquisadores, a crescente frequência de notificações de múltiplas condições crônicas de saúde – ou multimorbidades – representa uma ameaça substancial à saúde das populações envelhecidas.
Como resultado, isso pode aumentar a pressão sobre o bem-estar dos idosos, bem como dos sistemas de seguros de saúde, especialmente porque o número de adultos com mais de 65 anos tende a permanecer crescendo cada vez mais.
Os achados podem levar a uma política para lidar com a potencial diminuição da saúde da população em um cenário de expansão do envelhecimento. A pesquisa foi publicada no The Journals of Gerontology.
Para o estudo, os pesquisadores examinaram dados sobre adultos com 51 anos ou mais do Health and Retirement Study, uma pesquisa nacionalmente representativa sobre idosos dos Estados Unidos.
O estudo mediu a multimorbidade utilizando uma contagem de nove doenças crônicas: doença cardíaca, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), diabetes, artrite, doença pulmonar, câncer (excluindo câncer de pele), sintomas depressivos elevados e comprometimento cognitivo.
Foi descoberto que gerações mais recentes de idosos são mais propensas a relatarem um maior número de condições crônicas e de experimentarem o surgimento dessas condições mais cedo na vida.
Confira:
Outra descoberta do estudo foi que fatores sociodemográficos (como raça e etnia), se a pessoa nasceu nos EUA, circunstâncias socioeconômicas infantis e saúde infantil afetaram o risco de multimorbidade para todas as gerações.
Multimorbidez, artrite e hipertensão, por exemplo, foram as condições mais prevalentes para todas as gerações; houve, ainda, evidências de que sintomas depressivos elevados e diabetes contribuíram para as diferenças geracionais observadas no risco de multimorbidez.
Segundo os pesquisadores, podem existir diversas explicações para esse fenômeno. Por exemplo, as gerações mais recentes tiveram acesso a uma medicina moderna e mais avançada por um período maior de suas vidas. Portanto, é esperado que elas desfrutem de uma saúde melhor do que aquelas gerações nascidas anteriormente.
Além disso, tratamentos médicos avançados podem permitir que os indivíduos vivam bem com múltiplas condições crônicas que, uma vez, teriam se mostrado fatais. Isso aumentaria a probabilidade de que haja mais pessoas com multimorbidades.
Por fim, os idosos de gerações mais recentes também têm tido maior exposição a fatores de risco à saúde, como a obesidade, o que eleva as chances de experimentarem doenças crônicas. Os avanços médicos também têm sido acompanhados por uma melhor vigilância e medição da doença, levando à identificação de condições crônicas que antes não eram diagnosticadas.
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