Garotas que receberam o diagnóstico antes dos 19 anos foram 4,5 vezes mais propensas a ter o transtorno alimentar
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h46 - Atualizado às 23h54
Uma pesquisa indica que receber o diagnóstico de doença celíaca, a intolerância permanente ao glúten, aumenta significativamente o risco de uma mulher ter anorexia nervosa, um transtorno alimentar grave que pode até levar à morte por desnutrição.
A doença celíaca afeta 1 em 141 pessoas, e tende a ser mais prevalente em mulheres. O único tratamento para a intolerância é evitar todos os alimentos que contêm glúten, como trigo, pão, macarrão e cevada. Diarreia, vômito ou gases após o consumo desses itens estão entre os sintomas.
O estudo, publicado na revista Pediatrics e divulgado no site Medical News Today, avaliou 17.959 mulheres suecas diagnosticadas com a doença entre 1969 e 2008. O grupo controle continha 89.379 mulheres sem doença celíaca.
Os pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, descobriram que mulheres com mais de 20 anos com doença celíaca foram duas vezes mais propensas a apresentar, também, anorexia, em comparação com as que não tinham intolerância permanente ao glúten.
Garotas que receberam o diagnóstico de doença celíaca antes dos 19 anos foram 4,5 vezes mais propensas a ter anorexia. Os resultados se mantiveram mesmo depois de ajustados fatores como diabetes tipo 1, que também pode elevar o risco do transtorno alimentar.
Os pesquisadores dizem que são necessários mais estudos sobre o tema, já que este trabalho não analisou causa e efeito. Segundo eles, é possível que muitas jovens diagnosticadas inicialmente com anorexia tinham, na verdade, doença celíaca, ou vice-versa. Mas também pode ser que o foco excessivo na dieta que os celíacos são obrigados a ter pode deflagrar o transtorno alimentar.