Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h47 - Atualizado às 23h54
Jovens de 19 anos de idade apresentam o mesmo nível de sedentarismo de pessoas de 60 anos, mostra um estudo feito nos Estados Unidos que contou com dados de mais de 12.500 indivíduos. O trabalho, realizado por pesquisadores da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, mostra que a prática de atividade física entre crianças e adolescentes está bem abaixo do ideal.
Foram utilizados dados de uma grande pesquisa nacional que monitorou o nível de atividade dos participantes durante sete dias consecutivos com ajuda de dispositivos móveis que eram retirados somente na hora de dormir e de tomar banho. Eles foram divididos em cinco grupos, de acordo com a faixa etária: crianças (de 6 a 11 anos), adolescentes (de 12 a 19 anos), jovens adultos (de 20 a 29 anos), adultos de meia-idade (de 31 a 59 anos) e adultos mais velhos (de 60 a 84 anos). Quase metade deles, ou 49%, eram do sexo masculino.
O único aumento na frequência e intensidade de atividade física foi identificado no grupo de 20 a 29 anos. Em relação aos mais jovens, eles tendem a se movimentar de manhã cedo, algo que os pesquisadores acreditam estar ligado ao início do trabalho em período integral. Já as crianças só se exercitam no período da tarde, segundo o levantamento.
Em praticamente todas as faixas etárias, a atividade física foi mais frequente e teve intensidade maior entre os homens. Porém, após a meia-idade, esses níveis caem drasticamente em relação às mulheres, e eles passam a ser mais sedentários do que elas.
As descobertas, publicadas na revista Preventive Medicine, ajudam a explicar a crescente epidemia de obesidade entre crianças e adolescentes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda pelo menos 60 minutos de atividade física moderada a vigorosa por dia para crianças de 5 a 17 anos. Mas, segundo o estudo, a orientação não é seguida por mais de 25% dos meninos e 50% das meninas de 6 a 11 anos. Nem por mais de 50% dos garotos e 75% das garotas de 12 a 19 anos.
Os autores sugerem que as campanhas não devem apenas estimular a prática regular de exercícios, como também que se espalhe essas atividades ao longo do dia. Vale lembrar que, além de afastar o risco de doenças, suar a camisa favorece o aprendizado e a memória.