Jovens LGBTQ são expostos a diferentes tipos de bullying

Nada menos do que 91% dos adolescentes LGBTQ (lésbicas, gays, bissexuais, transgênero e queers) já tiveram ao menos uma experiência com bullying, o que

Jairo Bouer Publicado em 15/06/2020, às 16h29

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Nada menos do que 91% dos adolescentes LGBTQ (lésbicas, gays, bissexuais, transgênero e queers) já tiveram ao menos uma experiência com bullying, o que representa mais que o dobro da proporção encontrada em estudos com jovens heterossexuais.

Além disso, 73% dos jovens de minorias sexuais sofrem bullying por razões que vão além de sua identidade sexual ou de gênero. A maior parte das agressões tem a ver com peso corporal (57%), raça/etnia (30%) e religião (27%). Todos esses dados são de uma pesquisa com alunos de 13 a 17 anos nos EUA.

Especialistas vêm alertando há muito tempo sobre os prejuízos do bullying para a saúde física e mental de adolescentes de minorias sexuais. Ao chegar ao ensino médio, essa população sofre maior risco de suicídio, depressão, problemas de sono e transtornos alimentares.

Mas o estudo atual, conduzido por uma equipe da Universidade de Connecticut, decidiu fazer uma análise mais ampla do tipos de agressão enfrentados por esses jovens. E o resultado é muito preocupante: além do estigma relacionado a identidade ou preferência sexuais, essa população também é atacada por outros motivos, como peso corporal, raça/etnia, religião ou incapacidade.

O estudo, publicado no American Journal of Preventive Medicine, envolveu dados da Pesquisa Nacional de Adolescentes LGBTQ, que inclui perguntas sobre vitimização, comportamentos de saúde, relações familiares e outras informações importantes de uma amostra representativa dos norte-americanos.

Os pesquisadores confirmaram que todos os tipos de bullying têm relação direta com prejuízos à saúde, como risco mais alto de depressão, problemas de sono, estresse e comportamentos inadequados para controlar o peso.

As conclusões ainda mostram que a presença de uma Aliança Gay nas escolas foi associada a uma frequência mais baixa de assédio moral contra alunos por razões diversas, como peso, sexualidade, religião e deficiências. Isso significa que investir na prevenção ao bullying contra LGBTQs tem um benefício mais amplo.

Os autores do trabalho destacam a importância desses resultados para o momento atual, em que muitos jovens no mundo todo estão longes da escola e mais vulneráveis ao cyberbullying, um problema mais difícil de ser detectado por familiares e educadores. Eles ressaltam que os programas de prevenção são mais necessários do que nunca, e devem fazer parte das plataformas de aprendizado online.

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