Redação Publicado em 31/05/2024, às 12h00
A última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) revelou que, em 2019, 16,8% dos escolares de 13 a 17 anos já haviam utilizado cigarro eletrônico. A experimentação é maior entre os homens (18,1%) do que entre as mulheres (14,6%).
Os dados revelam um aumento dos estudantes de 13 a 17 anos que admitiram o consumo de cigarros nos 30 dias anteriores à data da pesquisa, um percentual que subiu de 5,6%, em 2013, para 6,8% em 2019. Os dados estão no portal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), novos produtos, como os cigarros eletrônicos, e informações enganosas da indústria do tabaco, são uma ameaça, levando a uma iniciação ao tabagismo cada vez mais precoce. Além disso, crianças e adolescentes que usam cigarros eletrônicos têm pelo menos duas vezes mais probabilidade de fumar cigarros mais tarde na vida.
Por tudo isso, o tema deste Dia Mundial Sem Tabaco 2024, é “Proteção das crianças contra a interferência da indústria do tabaco”. A campanha que foi lançada pelo Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) na última quarta-feira (29).
Os chamados Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), que incluem cigarros eletrônicos e produtos de tabaco aquecido, possuem quantidades variáveis de nicotina e outras substâncias tóxicas. Assim, suas emissões prejudiciais tanto para quem faz o uso direto quanto para quem é exposto aos aerossóis.
Mesmo alguns produtos que supostamente não contêm nicotina podem apresentar a substância em sua composição e suas emissões são nocivas, de acordo com o Ministério da Saúde.
Alguns estudos recentes sugerem que o uso de DEFs pode aumentar o risco de doenças cardíacas e distúrbios pulmonares. Além disso, a exposição à nicotina em mulheres grávidas pode afetar negativamente o desenvolvimento cerebral do feto.
Se você está tentando parar de fumar, saiba que os benefícios podem ser sentidos rapidamente:
Após 20 minutos: a pressão sanguínea e a pressão voltam ao normal.
Após 2 horas: não há mais nicotina em circulação no sangue.
Após 8 horas: o nível de oxigênio no sangue se normaliza.
Após 12 a 24 horas: os pulmões já começam a funcionar melhor.
Após 2 dias: o olfato e o paladar ficam melhores.
Após 3 semanas: a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora.
Após 1 ano: o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido pela metade.
Jairo Bouer ainda lembra que, ao largar o tabagismo, a pessoa poupa dinheiro, fica com a pele melhor, perde aquele odor desagradável nas roupas e no cabelo e, além de reduzir o risco de vários tipos de câncer, evita problemas de digestão, fertilidade e até riscos relacionados à saúde mental.
Contar com a ajuda de um especialista aumenta bastante as chances de abandonar o tabagismo. Vale lembrar que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para ajudar você a parar de fumar.
Existem várias estratégias possíveis, como, por exemplo, a reposição de nicotina. O uso de alguns medicamentos podem diminuir a vontade de fumar ou aliviar sintomas de abstinência. Além disso, há outros recursos mais naturais, como meditação, atividade física, etc. "Mas é importante conversar com um especialista para que ele oriente esse processo e aumente as chances de se livrar desse hábito."
Veja algumas dicas dos especialistas em tabagismo para ter mais sucesso ao largar o cigarro e evitar ao máximo o risco de recaídas:
Marque uma data: se possível, tente diminuir o consumo algumas semanas antes do dia "D". No dia anterior, jogue fora cigarros, isqueiros, cinzeiros etc.
Avise os amigos: é importante ter ajuda para se distrair, e também é bom que saibam que você pode apresentar mais ansiedade e irritação devido à abstinência.
Evite gatilhos: se tomar café com o colega ou consumir álcool são convites ao cigarro, mude a rotina por um tempo.
Se exercite: a atividade física melhora o bem-estar e alivia o estresse, o que é fundamental durante a interrupção do tabagismo.
Tenha petiscos saudáveis à mão: muita gente fica com maior apetite ao parar de fumar, e a estratégia pode evitar que o consumo calórico aumente muito.
Capriche na água: levar a garrafinha à boca pode funcionar como um substitutivo para o mau hábito, e ainda pode melhorar sintomas de abstinência como dor de cabeça ou constipação.
Escove mais os dentes: isso diminui a tentação de acender um cigarro após as refeições.
Por último, não desanime se não conseguir! Converse com o especialista e tente novamente depois de algumas semanas.