Redação Publicado em 09/05/2022, às 10h00
Na semana passada, o site americano TMZ confirmou que a atriz Kailia Posey, de 16 anos, famosa por ter participado do reality show Pequenas Misses, colocou fim à própria vida. Ela tinha 5 anos quando ficou famosa no programa e chegou a virar meme.
Em entrevista ao portal NE10, o psiquiatra Jairo Bouer afirmou que, apesar de todo tabu em torno do assunto e do receio dos comportamentos de imitação, é preciso voltar a falar sobre suicídio. Ainda mais neste período posterior à fase mais intensa da pandemia, que agravou quadros de ansiedade e depressão em todas as idades, mas principalmente nos jovens.
Até 20% das pessoas vão enfrentar depressão em alguma fase de sua vida, é muita gente. E essa é a principal causa de suicídio entre jovens. Mas o quadro é diferente de uma simples tristeza. “A depressão toma conta da vida da gente, passa a ser um pano de fundo, um filtro, como se a gente passasse a ver o mundo de forma mais pessimista”, descreve Bouer.
Esses sintomas alteram a rotina e as relações, e precisam durar ao menos algumas semanas para que o diagnóstico seja confirmado.
Veja algumas das principais características da depressão:
Nos jovens, também é comum que muitos sintomas sejam confundidos com a fase normal da adolescência, como se isolar no quarto, ficar mais quieto, e evitar contato com outras pessoas. E há os sintomas chamados de atípicos, como agitação, muita fome (em vez de não querer comer), dormir demais etc. Isso faz com que muitos pais pensem “ah, isso é da idade”.
Quais as possíveis causas do sofrimento que podem levar um jovem a acabar com a própria vida? Segundo o psiquiatra, conflitos familiares, mudanças abruptas, exposição a humilhações, luto, decepções e violências, entre muitas outras. E pessoas famosas não estão imunes. Em muitos casos, a fama gera maior vulnerabilidade porque essas pessoas se sentem mais expostas e cobradas pela sociedade.
Jairo lembra que os jovens são muito ligados às redes sociais, que são ótimas, mas também podem trazer riscos, como medo de desmoralização, frustrações, cyberbullying etc.
Confira:
Qual seria o caminho para os pais ajudarem esses adolescentes? Em primeiro lugar, é preciso vencer o preconceito que existe em relação a psicólogos e psiquiatras. Muitas vezes há resistência dos filhos em conversar com um adulto da família, mas eventualmente eles podem se abrir com um terapeuta.
Vale lembrar que existem vários serviços gratuitos que podem ser buscados por quem não tem condições de custear um tratamento, ou que nem tem certeza do diagnóstico.
Um dos caminhos é procurar ajuda nos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. Outro serviço é o CVV (Centro de Valorização da Vida), que funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.
Assista à live completa:
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