Pesquisadores da Escola de Saúde da Universidade de Georgetown, em Washington nos EUA, queriam saber se a kombucha, bebida fermentada com bactérias e leveduras, originária da China, poderia melhorar os níveis de açúcar no sangue. Depois de comparar as médias de açúcar no sangue entre quem tomou a bebida ou placebo, eles descobriram que apenas quatro semanas de consumo reduziram os níveis de açúcar no sangue em jejum antes das refeições de 164 para 116 miligramas por decilitro (mg/dL) em média. Para comparação, a Associação Americana do Diabetes diz que a glicose normal em jejum antes das refeições é de 80 a 130 mg/dL. O estudo foi publicado no periódico Frontiers in Nutrition.
O diabetes tipo 2 é uma condição na qual o corpo luta para produzir ou administrar a insulina de forma eficaz. Milhões de pessoas no mundo têm a doença em de acordo com o Atlas da Diabetes, da Federação Internacional de Diabetes, em 2021, 6,7 milhões de pessoas morreram no mundo em decorrência da doença. No Brasil, foram mais de 214 mil mortes, de pessoas entre 20 e 79 anos. À medida que as taxas de diabetes tipo 2 aumentam, os cientistas estão interessados em encontrar diferentes métodos para reduzir o açúcar no sangue, inclusive por meio de escolhas alimentares.
Os pesquisadores 12 participantes para o estudo, todos com diabetes tipo 2. Eles tiveram que concordar em tomar a bebida designada diariamente e estarem dispostos a testar a glicemia de jejum em casa em diferentes períodos. Além disso, os pesquisadores instruíram os participantes a seguirem as dietas típicas. Eles não queriam que mudanças na dieta influenciassem possíveis reduções de açúcar no sangue. Depois de dividir os participantes em dois grupos, forneceram a cada participante uma bebida de 240 ml que eles deveriam beber diariamente no jantar por um período de quatro emanas. Algumas pessoas receberam kombucha e outras uma bebida placebo que, segundo os autores, tinha um sabor semelhante ao da kombucha.
Para a etapa seguinte do estudo, os pesquisadores inverteram quem recebeu a kombucha. Para explicar quaisquer efeitos prolongados, fizeram com que os participantes esperassem oito semanas até reiniciar o processo. Após o período de washout (pausa na pesquisa em curso) de oito semanas, os participantes novamente passaram por quatro semanas tomando a bebida designada. Aqueles que beberam kombucha na primeira rodada do estudo beberam a bebida placebo, enquanto as outras beberam kombucha. A partir daí, os pesquisadores analisaram os dados que os participantes forneceram sobre a glicemia de jejum.
Os cientistas fizeram uma média dos dados iniciais dos participantes e, em seguida, os dados de cada rodada de quatro semanas de kombucha e bebidas placebo para ver se a bebida melhorava os níveis de glicose. O nível médio de glicose basal para os participantes foi de 164 mg/dL e, após quatro semanas bebendo kombucha, a média caiu para 116 mg/dL. Esta é uma diminuição de quase 30% para o grupo kombucha.
Em comparação, houve pouca mudança nos níveis basais de glicose no sangue dos participantes após o consumo da bebida placebo. “O placebo não foi associado a uma mudança estatisticamente significativa nos níveis médios de glicose no sangue em jejum”, escrevem os autores, que observaram que o pequeno tamanho da amostra é uma limitação do estudo e disseram que um estudo maior é necessário.
“Fomos capazes de fornecer evidências preliminares de que uma bebida comum pode ter um efeito sobre o diabetes”, disse o principal autor do estudo, Chagai Mendelson, que está concluindo um programa de residência médica no Hospital da Universidade de Georgetown em um comunicado à imprensa. “Esperamos que um estudo muito maior, usando as lições que aprendemos neste, possa ser realizado para dar uma resposta mais definitiva à eficácia da kombucha na redução dos níveis de glicose no sangue e, portanto, prevenir ou ajudar a tratar o diabetes tipo 2”, acrescentou.
Fonte: Medical News Today
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Cármen Guaresemin
Filha da PUC de SP. Há anos faz matérias sobre saúde, beleza, bem-estar e alimentação. Adora música, cinema e a natureza. Tem o blog Se Meu Pet Falasse, no qual escreve sobre animais, outra grande paixão. @Carmen_Gua