Influenciadora relatou experiência no hospital e disse que continuará dividindo a vida com os seguidores
Redação Publicado em 23/07/2021, às 11h00
Na última quinta-feira (22), a influencer Layla da Fonseca, que conta com mais de 300 mil seguidores no Instagram, fez um post bem sincero em sua rede social. Com uma foto no hospital, ela admitiu que tentou suicídio e foi hospitalizada.
“Sabe quando você tem uma atitude e, simplesmente, no minuto seguinte se arrepende? Tenho ansiedade e, nos últimos anos, estou aprendendo a olhar o copo meio cheio, largar os pesos imaginários e a entender que momentos difíceis vão existir. Na segunda-feira, o desespero bateu em cheio e, sem pensar, queria acabar com a dor, mas no momento seguinte lembrei que algo só acaba quando Deus quer!”, começou ela.
“Me encaminharam pro hospital, e acreditem, não sentia nada, conversava com todos normalmente, fiz uma série de tratamentos e, mais tarde, subi para o CTI. Recebi diversos médicos, conversei e, de quebra, falei da vida, era a mesma Layla de sempre. Tive muito apoio de enfermeiros, técnicos, psicólogas, nutricionista, fisioterapeutas e de alguns médicos. Depois de 34 h sem dormir pela ansiedade, e sem meu remédio para controlar, queria ouvir, ao menos, a voz dos meus pais e com a cabeça a mil, não descansava por nada. Infelizmente, um psiquiatra sem a menor paciência de me ouvir, me medicou e não me fez bem. Com a sala dos médicos perto do meu quarto, ouvia de tudo, até coisas a meu respeito, que eram inapropriadas e até mesmo maldosas. A situação era delicada, sozinha e sem poder nem ao menos sair da cama pelos protocolos, me abalei completamente, fui me abatendo e o otimismo do início se foi e só conseguia chorar, com isso meus sinais vitais não se estabilizavam”, relatou Layla.
Confira:
“Como Deus é perfeito, enviou um anjo, um médico de outra unidade surgiu do nada e veio conversar comigo, expliquei tudo e depois de muito chorar, imediatamente administrou uma medicação que já faço uso para a ansiedade e chamou meus pais. Com meus exames normais desde o princípio, resolvi voltar pra casa, mesmo antes do tempo. Não conseguia ficar mais ali, por estar completamente abalada e não ter por perto nada que me ajudasse e acalmasse. Já em casa, estou tentando melhorar, sei que sou forte, tenho Deus e minha família! Com o tempo vai sumir o medo que está no meu coração, o sentimento de impotência e toda a tristeza. Tenho a certeza que logo estarei ainda mais forte! Divido minha vida com vocês, sem qualquer vergonha, vou dando notícias, na medida do possível, e voltando aos poucos”, finalizou a influencer.
Não existe uma receita para identificar se uma pessoa próxima da gente está pensando em tirar a própria vida. Algumas pessoas podem dar algumas pistas de que estão sofrendo, ou que têm pensado na morte, enquanto outras, não. Mas algumas atitudes merecem atenção:
Mudanças repentinas de comportamento ou personalidade (a pessoa de repente fica mais calada, passa a se isolar, ou parece mais agitada do que de costume, etc.);
Mudanças no desempenho (o jovem começa a ir mal na escola, o adulto começa a faltar ou tem queda de produtividade no trabalho, etc.);
Palavras, desenhos ou expressões que demonstram falta de esperança, pessimismo, sensações de vazio ou de culpa (isso pode se manifestar até nas redes sociais que a pessoa utiliza, com postagens de textos, imagens ou vídeos mais sombrios);
Perda de interesse em atividades que antes eram rotina (a pessoa deixa de ir à igreja, abandona a atividade física ou o hobby, etc.);
Falta de autocuidado ou mudanças na aparência (a pessoa deixa de fazer a barba ou cortar o cabelo, não toma mais banho todo dia, engorda ou emagrece, etc.);
Uso mais intenso de álcool, cigarro ou drogas;
Sinais de automutilação, como marcas de cortes ou queimaduras no corpo;
Alguns indivíduos passam a falar com mais frequência sobre temas relacionados à morte, fazem testamento ou seguro de vida, começam a doar pertences.
No Brasil, ocorrem cerca de 12 mil suicídios por ano, ou 32 a cada dia, de acordo com levantamentos mais recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. O número vem crescendo, segundo diversas pesquisas, especialmente em certos grupos mais vulneráveis.
O CVV (Centro de Valorização da Vida) sugere que, entre o desejo de acabar com a dor e a vontade de viver, existe a possibilidade de buscar ajuda e desenvolver condições internas de lidar com o sofrimento. É por isso que falar sobre as nossas emoções é fundamental.
Estima-se que 90% dos suicídios podem ser prevenidos. Por isso, é importante perder o medo e pedir ajuda. Muitas vezes, ter com quem falar, colocar o sofrimento para fora e poder contar com um “ombro amigo” fazem toda a diferença.
O Centro de Valorização da Vida oferece apoio emocional a todas as pessoas que precisam conversar, sob total sigilo, pelo telefone 188 (ligação gratuita), ou por e-mail, chat ou Voip, todos os dias, 24 horas. Você também pode buscar auxílio profissional dos CAPS (Centros de Apoio Psicossocial - SUS) e nas Unidades Básicas de Saúde (Saúde da Família, Postos e Centros de Saúde).
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