Entre 1988 e 2008, o uso de inibidores de recaptação da serotonina, como fluoxetina e sertralina, aumentou quase 400%
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h26 - Atualizado às 23h56
O estudo avaliou somente o uso de inibidores seletivos da recaptação da serotonina, como fluoxetina (Prozac) e sertralina (Zoloft), tipo de antidepressivo que está entre os mais vendidos. Entre 1988 e 2008, o uso desse tipo de medicamento aumentou quase 400%, segundo reportagem do site Medical Daily. Estima-se que 11% da população norte-americana consuma antidepressivos regularmente.
O trabalho foi feito por uma equipe da Faculdade de Saúde Pública da Johns Hopkins, nos EUA, e coordenado pelo médico Ramin Mojtabai. Ele e seus colegas utilizaram dados de quatro amostras, que continham, ao todo, 1.071 participantes. Do total, 13% consumiam antidepressivos, proporção semelhante à média daquele país.
É importante ressaltar que nem todas as pessoas com transtornos psiquiátricos apresentam todos os critérios de diagnóstico, como determinam os manuais. E nem por isso esses indivíduos devem ficar sem tratamento. Cabe ao médico avaliar se o paciente pode, ou não, se beneficiar de antidepressivos.
Mas, pelos resultados do estudo, dá para supor que muita gente que não precisa do remédio está sendo medicada. E uma das razões para isso pode ser a dificuldade de encaminhar os pacientes para psicoterapia, até porque nem todo mundo pode pagar ou consegue esse tipo de atendimento de forma gratuita.