Masturbar-se é uma atividade natural e prazerosa, mas que ainda é cercada de tabus
Redação Publicado em 08/01/2022, às 12h00 - Atualizado em 04/11/2022, às 12h00
A masturbação é uma atividade natural, saudável e agradável que pode trazer muitos benefícios à saúde física e mental. Pode aumentar a autoestima e ajudar a pessoa a explorar sua sexualidade. Porém, algumas pessoas podem, às vezes, relatar que se sentem deprimidas após a prática. Como isso é possível?
Por muito tempo, muita gente acreditou que a masturbação poderia causar problemas de saúde mental ou outros problemas, mas essas ideias equivocadas foram refutadas há muitos anos pela ciência. Diversas pesquisas deixam claro que a prática da masturbação é quase universal. Apesar disso, ainda existem culturas e religiões que a contraindicam, e o tabu permanece.
Masturbar-se não causa depressão, mas algumas pessoas sentem culpadas ou ansiosas com a prática, o que tem a ver com ideias equivocadas ou crenças relacionadas ao tema. Além disso, pessoas com sintomas depressivos também costumam ter alterações do desejo ou da função sexual, além de uma tendência maior a cultivar sentimentos negativos.
Um estudo feito 2018, por exemplo, descobriu que 62,5% dos participantes do sexo masculino com depressão experimentam, também, alguma disfunção sexual. Os mitos sobre a masturbação também foram mais prevalentes entre os que apresentavam sintomas depressivos, segundo o trabalho.
A depressão pode fazer a pessoa perder o interesse por atividades que antes proporcionavam prazer, incluindo o sexo. Comunicar isso a(o) parceiro(a) é útil para que a situação não prejudique o relacionamento e o problema vire uma bola de neve. Quando um ou ambos estão com baixa libido devido a transtornos emocionais, é possível explorar outras maneiras de manter a intimidade, como abraços e massagens.
A masturbação, por outro lado, pode até ajudar uma pessoa que está sofrendo de depressão, pois ela pode descobrir que a prática a faz se sentir sexual novamente, mas isso é altamente pessoal. Vale lembrar que muitas pessoas passam por fases de se masturbar com maior ou menor frequência, o que pode não ter nenhum efeito sobre a saúde mental, nem consequência disso.
Certos medicamentos para a depressão também podem reduzir a libido de uma pessoa. Nem todos os tratamentos têm esse efeito, portanto, se isso acontecer, é preciso conversar com o médico sobre outras opções possíveis. Uma pessoa cujo parceiro tem depressão pode descobrir que a masturbação satisfaz suas próprias necessidades sexuais até que o parceiro sinta vontade de se reconectar.
Além de reduzir o desejo sexual, a depressão pode fazer uma pessoa se sentir: triste, culpada, sem esperança, inútil e cansada. A depressão também pode causar sintomas físicos, como dores inexplicáveis. Qualquer pessoa que apresentar esses sintomas deve falar com seu médico, que poderá ajudá-la a ter acesso a um tratamento. Também pode usar uma combinação de psicoterapia e medicação para controlar os sintomas. Mudanças no estilo de vida e atividades para alívio do estresse também podem ajudar. Veja sugestões:
Um número crescente de estudos mostra uma correlação entre a masturbação e a boa saúde. Embora a masturbação não seja prejudicial, algumas pessoas nunca se masturbam ou raramente o fazem - e isso também é saudável e normal.
Os possíveis benefícios da masturbação para a saúde incluem:
A masturbação para chegar ao orgasmo pode ajudar a pessoa a ter uma boa noite de sono. Durante e após o orgasmo, os hormônios do bem-estar inundam o cérebro. Esses hormônios incluem: oxitocina, dopamina, endorfina e prolactina. Isso ajuda a pessoa a relaxar, o que pode melhorar seu sono.
Quando uma pessoa aprende o que é bom por meio da masturbação, pode achar mais fácil chegar ao orgasmo durante o sexo. Um estudo de 2015 analisou a ligação entre a masturbação feminina e a satisfação sexual. Os pesquisadores compararam as experiências de dois grupos de mulheres casadas. As de um grupo tiveram orgasmos de masturbação, enquanto as do outro grupo não. Além disso, o estudo descobriu que as mulheres que tiveram orgasmo ao se masturbar tiveram mais orgasmos e maior satisfação sexual.
Também pode haver uma associação entre se masturbar e ter mais desejo. A pesquisa sugere que as mulheres casadas que se masturbam podem ter um impulso sexual maior do que as que não o fazem. Um estudo mais antigo de 2009 recrutou 3.800 mulheres e descobriu que 52,5% delas se masturbavam com vibradores. Os resultados mostraram que o uso melhorou significativamente a função sexual, incluindo excitação, desejo, lubrificação e orgasmo. Vale ressaltar que após a pandemia, a proporção de homens e mulheres que experimentam brinquedos sexuais aumentou consideravelmente. De acordo com um levantamento feito nos EUA, o uso do vibrador foi citado por 69% das mulheres de 18 a 60 anos de idade naquele país, e 54% do homens.
A masturbação também pode melhorar a confiança corporal e a autoestima de uma pessoa. Um estudo de 2015 sugeriu que mulheres casadas que se masturbam têm maior autoestima do que aquelas que não o fazem.
Embora estudos adicionais sejam necessários, evidências mostram que a ejaculação frequente pode diminuir o risco de câncer de próstata. Estudo de 2016 descobriu que os homens que relataram ejacular com maior frequência tinham menor probabilidade de receber um diagnóstico de câncer de próstata mais tarde na vida.
Se uma pessoa se sentir culpada ou ansiosa por se masturbar, vale a pena procurar um terapeuta. Qualquer indivíduo que apresentar sintomas de depressão também deve falar com um profissional de saúde, que pode recomendar o tratamento mais adequado. A combinação mais eficaz de estratégias de tratamento e autogerenciamento varia de pessoa para pessoa.
Fonte: Medical News Today, Dr. Jairo Bouer, Bedbible.com
*este texto foi atualizado com estimativas mais recentes de uso de brinquedos sexuais após a pandemia
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