Redação Publicado em 17/05/2022, às 14h00
As mortes envolvendo transtorno do uso de álcool aumentaram drasticamente durante a pandemia de Covid-19 de acordo com um novo estudo publicado na revista JAMA Network Open. Apesar de os índices terem crescido entre todas as idades e sexos, os achados revelaram que adultos jovens, de 25 a 44 anos, foram os que apresentaram a tendência de alta mais acentuada.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o transtorno do uso de álcool é definido como "um padrão problemático de uso de álcool que leva a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo, ocorrendo dentro de um período de 12 meses e manifestando, pelo menos, dois dos seguintes sintomas:
Os pesquisadores tiveram acesso a dados de mortalidade por sete anos (2012 a 2019) de um banco de dados do Centers for Disease Control and Prevention, que registra mais de 99% de todas as mortes nos Estados Unidos.
Em seguida, a equipe utilizou a modelagem preditiva para determinar as taxas de mortalidade projetadas para 2020 e 2021 com base nas tendências dos anos anteriores, compararam os índices.
Confira:
Segundo eles, os resultados mostraram exatamente o que vinha sendo observado nos consultórios e hospitais: um número crescente de pacientes com queixas ou sendo tratados para condições agudas relacionadas ao uso abusivo de álcool.
Além disso, os pesquisadores alertam sobre a frequente subnotificação do transtorno do uso de álcool, o que indicaria que as taxas reais de mortalidade relacionadas ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas podem ser ainda maiores.
Em 2021 o Brasil registrou 400,3 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas e álcool no Sistema Único de Saúde (SUS). O número é um alerta que mostra um aumento de 12% em relação a 2020, ano com 356 mil registros.
Quanto à faixa etária, o maior número de atendimentos fica entre aqueles que têm entre 25 e 29 anos, que somaram 303,7 mil registros em 2021, seguidos da faixa de 10 a 24 anos (49,4 mil) e, posteriormente, daqueles com 60 ou mais (38,4 mil). Em todos os cenários, o número de atendimentos de pacientes do sexo masculino é maior do que o feminino.
Vale lembrar que o SUS garante o atendimento e o acompanhamento para quem tem qualquer tipo de dependência química.
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