Redação Publicado em 06/01/2022, às 16h18
Um estudo publicado na revista Neurology– periódico da Academia Americana de Neurologia – revelou que doenças cardíacas, como doença arterial coronariana, e fatores de risco cardiovasculares, como diabetes e colesterol alto, apresentam uma associação mais forte com o declínio da memória e habilidades de raciocínio em mulheres de meia-idade do que para os homens.
De acordo com os pesquisadores, já se sabe que pessoas do sexo masculino, em comparação ao feminino, têm uma prevalência maior de doenças cardiovasculares e fatores de risco na meia-idade que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), contempla dos 45 aos 59 anos.
No entanto, a pesquisa em questão sugere que as mulheres desta faixa etária, e com essas condições ou fatores de risco, estão expostas a um maior risco de declínio cognitivo.
Assim, ainda que homens e mulheres devam receber tratamento para problemas cardiovasculares, os pesquisadores ressaltam a importância do monitoramento adicional para pacientes do sexo feminino como um meio de prevenção do declínio cognitivo.
Para a pesquisa, participaram 1.857 pessoas sem demência, com idades entre 50 e 69 anos em sua visita inicial. Desse total, 920 eram homens e 937, mulheres. A cada 15 meses, em média, durante três anos, a cognição dos participantes foi avaliada através de testes de memória, linguagem, raciocínio e habilidades espaciais.
Confira:
As informações sobre as condições cardiovasculares e os fatores de risco de cada participante também foram levantadas. Entre as doenças, havia doença arterial coronariana, distúrbios do ritmo cardíaco, insuficiência cardíaca congestiva, doença arterial periférica e acidente vascular cerebral (AVC). Já os fatores de risco incluíam pressão alta, diabetes, colesterol elevado, tabagismo e obesidade.
Segundo os dados, cerca de 79% dos participantes – ou 1.465 pessoas – apresentaram pelo menos um fator ou condição de risco cardiovascular – 83% dos homens, em comparação com 75% das mulheres.
Os resultados mostraram que a maioria das condições cardiovasculares tinha associação mais forte com a função cognitiva para as mulheres. Assim, o declínio anual da cognição associado à doença arterial coronariana, por exemplo, foi mais de duas vezes mais comum para as mulheres do que para os homens.
Além disso, diabetes, colesterol alto e doença arterial coronariana estavam associados ao maior declínio de linguagem nas mulheres. No entanto, a insuficiência cardíaca congestiva foi associada ao maior declínio linguístico para os homens.
Para os pesquisadores, é importante compreender as diferenças entre os sexos no desenvolvimento de problemas cognitivos para melhorar a saúde de todos. Assim, adultos de meia-idade, especialmente mulheres, com histórico de doenças cardíacas, podem representar subgrupos críticos para monitoramento precoce.
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