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Autocompaixão diminui risco de doenças cardiovasculares em mulheres

Mulheres com mais autocompaixão tinham paredes mais finas da artéria carótida e menos acúmulo de placas - iStock
Mulheres com mais autocompaixão tinham paredes mais finas da artéria carótida e menos acúmulo de placas - iStock

Redação Publicado em 16/12/2021, às 17h00

Ser gentil com você pode trazer benefícios para a saúde do coração. É o que sugere um novo estudo realizado pela Universidade de Pittsburgh (Estados Unidos) e publicado na revista Health Psychology.

De acordo com os dados, mulheres de meia-idade que praticavam a autocompaixão apresentaram menor chance de desenvolver doenças cardiovasculares independente de outros fatores de risco tradicionais, como pressão alta, resistência à insulina e níveis de colesterol. 

Para os pesquisadores, muitos estudos estão focados em analisar como o estresse e outros fatores negativos podem afetar a saúde cardiovascular, mas o impacto de questões psicológicas positivas, como a autocompaixão, ainda é muito pouco explorado. 

A popularidade da atenção plena

As práticas de mindfulness, como a meditação, estão ganhando cada vez mais popularidade em todo o mundo. As pessoas, exaustas de uma avalanche de estressores no trabalho ou na vida pessoal, cada vez mais optam por se voltarem para dentro de si mesmas.

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Saiba, aqui, como começar a meditar e por quê 

Durante a pandemia, os estressores aumentaram ainda mais, especialmente para as mulheres. Pesquisas realizadas globalmente já mostraram que o sexo feminino foi particularmente mais afeto pelo isolamento social por, na grande maioria das vezes, precisar se desdobrar entre cuidar dos filhos, da casa, dos parentes mais velhos e do trabalho. 

Com todo esse cenário, a prática da atenção plena (ou mindfulness) e da autocompaixão é uma ferramenta aconselhada por profissionais, como psicólogos, para quem está lidando com o estresse crônico. Essas técnicas têm se mostrado eficazes para o gerenciamento da ansiedade, da irritabilidade e, até mesmo, da depressão leve.

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Autocompaixão e coração

Mas será que esses métodos têm algum efeito fisiológico no corpo? Para descobrir isso, o grupo de pesquisadores contou com quase 200 mulheres que preencheram um pequeno questionário avaliando com que frequência experimentavam sentimentos de inadequação, se se sentiam decepcionadas com suas falhas ou se concediam a si mesmas carinhos durante momentos difíceis da vida.

Além disso, todas as participantes também realizaram um ultrassom diagnóstico padrão de suas artérias carótidas – vasos principais no pescoço que transportam o sangue do coração para o cérebro.

Os cientistas descobriram que as mulheres que pontuaram mais na escala de autocompaixãotinham paredes mais finas da artéria carótida e menos acúmulo de placas do que aquelas que eram menos gentis consigo mesmas. 

Esses indicadores têm sido associados a menores riscos de doenças cardiovasculares – como ataques cardíacos e derrames – no futuro. Os resultados persistiram mesmo quando os pesquisadores controlaram comportamentos e outros fatores psicológicos que poderiam influenciar os desfechos de doenças cardiovasculares, como atividade física, tabagismo e sintomas depressivos.

Segundo os autores, as descobertas enfatizam a importância de praticar a bondade e a compaixão, especialmente para si. Eles ressaltam ainda que vivemos tempos extraordinariamente estressantes e a pesquisa sugere que a autocompaixão é essencial para nossa saúde mental e física.

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