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Música pode ajudar seu coração, ainda mais numa fase como a atual

Imagem Música pode ajudar seu coração, ainda mais numa fase como a atual

Jairo Bouer Publicado em 27/03/2020, às 18h58 - Atualizado às 19h03

Lidar com todas as preocupações em torno da covid-19 não é fácil para ninguém, por isso, mais do que nunca, é preciso que as pessoas incluam pausas ao longo do dia para fazer algo que relaxa e dá prazer. Quer uma sugestão simples e barata? Prepare uma playlist com aquelas músicas que te fazem feliz, e faça o mesmo para alguém que você ama.

Uma pesquisa acaba de revelar que apenas 30 minutos diários de música podem proteger pessoas que tiveram infarto de sofrer um novo evento cardiovascular. O trabalho será apresentado na próxima reunião científica do Colégio Americano de Cardiologia, e foi conduzido por médicos da  Universidade de Belgrado, na Sérvia.

O estudo envolveu 350 pessoas que, após sofrer um infarto, passaram a ter angina (dor no peito), algo muito estressante para quem já passou por um evento desses. Metade dos pacientes recebeu apenas o tratamento usual, com medicamentos e medidas comportamentais, enquanto a outra parte acrescentou meia hora de música à rotina diária.

A terapia foi individualizada. Primeiro, os pesquisadores apresentaram clipes com diferentes tipos de música para cada pessoa, a fim de determinar quais tinham maior efeito calmante. Isso foi possível com a análise da dilatação da pupila dos ouvintes.

Então, os participantes foram orientados a ouvir as músicas por 30 muitos todos os dias, de preferência com os olhos fechados e num ambiente tranquilo. Eles seguiram a recomendação por sete anos. Além de passar por consultas médicas regularmente, eles tiveram que enviar depoimentos sobre a experiência a cada três meses.

Após acompanhar os pacientes pelo período de sete anos, os pesquisadores perceberam que o grupo que recebeu a terapia musical apresentou 33% menos ansiedade e 25% menos angina.

Além disso, os pacientes que ouviram música foram significativamente menos propensos a sofrer novos problemas cardíacos graves. Em comparação com os participantes do outro grupo, eles sofreram 23% menos infartos, 20% menos cirurgias de revascularização (como ponte safena). Eles ainda apresentarem uma incidência 18% menor de falência cardíaca e 16% menor de paradas cardíacas.

Os autores explicam que a ansiedade aumenta a atividade do sistema nervoso simpático (aquele que faz você reagir em situações de emergência), o que pode sobrecarregar o coração. Por isso, gente, com ou sem problemas cardíacos, é muito importante buscar meios de relaxar. Ainda mais numa fase como a atual!