Mulheres que dormiam menos de seis horas à noite têm 44% mais probabilidade de ter um ciclo menstrual irregular
Redação Publicado em 21/10/2021, às 11h00
Você sofre com ciclos menstruais irregulares? Isso pode estar relacionado com sua quantidade de sono! De acordo com um estudo publicado recentemente no Journal of Sleep Research, mulheres que dormem menos de seis horas por noite tendem a ter períodos mais pesados e irregulares.
Os pesquisadores descobriram que mulheres que dormiam menos de seis horas à noite tinham 44% mais probabilidade de ter um ciclo menstrual irregular e 70% mais probabilidade de ter sangramento intenso durante o período do que pessoas com sono saudável que dormiam de sete a nove horas.
Para chegar a essa conclusão, foram analisados dados de pesquisa de 574 mulheres menstruadas com idades entre 24 e 40 anos. Elas foram questionadas sobre o sangramento menstrual e regularidade, sono e como funcionavam durante o dia. Dessa forma, foi descoberto que as mulheres que relataram ciclos intensos ou irregulares eram mais propensas a sofrer de sono curto e de má qualidade, fadiga, estresse e depressão.
Confira:
Quando as mulheres apresentam alterações de humor, cólicas, irritabilidade e fadiga antes ou durante a menstruação, elas podem sofrer de distúrbios do sono. Todos esses sintomas são característicos da síndrome pré-menstrual – também conhecida como TPM – ou transtorno disfórico pré-menstrual, que pode causar depressão ou ansiedade graves no período que antecede a menstruação.
Por outro lado, a própria perda de sono pode levar a uma dor mais intensa durante o ciclo, o que pode intensificar os sintomas da TPM e do transtorno disfórico pré-menstrual. As mulheres também têm maior probabilidade de sofrer de ansiedade quando perdem o sono, tornando ainda mais difícil adormecer.
As mulheres têm 40% mais probabilidade do que os homens de sofrer de insônia. Os principais tratamentos, entretanto, raramente consideram a saúde menstrual. A terapia cognitivo-comportamental para a insônia é reconhecida pelo American College of Physicians como o tratamento de primeira linha para a insônia. Embora essa terapia comportamental seja eficaz para quem vive com dor crônica e depressão, ela ainda não foi testada para sintomas menstruais.
Uma grande parte dos pesquisadores que estudam a saúde da mulher ainda não entendem totalmente a relação entre a menstruação e o sono. As queixas menstruais muitas vezes não são levadas a sério. Um exemplo disso é que às vezes pode levar anos para receber um diagnóstico de endometriose – uma condição na qual o tecido uterino cresce fora do útero em locais como as trompas de falópio, caracterizado por sangramentos abundantes e dor. Para cerca de 25% das mulheres, essa condição aparece assintomática no início, dificultando sua identificação.
No entanto, acredita-se que as queixas menstruais podem ser melhoradas com uma melhor educação sobre como diagnosticar com eficácia essas condições. Também deve haver uma melhor conscientização sobre o preconceito implícito entre os profissionais de saúde contra quem sofre com problemas de saúde menstrual.
Fonte: The Conversation
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