Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h42 - Atualizado às 23h54
Garotas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) apresentam risco maior, em relação às que não sofrem com o problema, de desenvolver outros transtornos mentais que com frequência levam a situações como gravidez na adolescência, abuso, baixo desempenho acadêmico e uso de drogas.
Psicólogos da Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos Estados Unidos, avaliaram 18 estudos que envolviam, ao todo, quase 2.000 meninas de 8 a 13 anos, das quais 40% tinham recebido o diagnóstico de TDAH.
Quase 38% das garotas com o transtorno também preenchiam os critérios para ansiedade, em comparação com apenas 14% das participantes sem TDAH. Em relação ã depressão, as proporções encontradas foram de 10,3%, contra 3% entre as meninas sem o transtorno.
Entre as pacientes com TDAH, 42% apresentavam o chamado transtorno desafiador opositivo, caracterizado por raiva, hostilidade e recusa em obedecer regras. Já dentre as que não tinham o diagnóstico de déficit de atenção, apenas 5% tinham esse perfil. Desvios de conduta ou atos de violência também foram identificados em 13% das garotas com o diagnóstico, e em menos de 1% das outras.
Os dados foram publicados na revista Pediatrics. Para os autores, os resultados mostram o quanto é importante diagnosticar corretamente o TDAH, algo que não é tão fácil entre as meninas, que costumam apresentar mais sintomas de desatenção do que hiperatividade.
Os pesquisadores também recomendam que pais de crianças com TDAH procurem valorizar sempre e recompensar as atitudes positivas dos filhos, pois isso seria uma forma de evitar comportamentos negativos no futuro, segundo os dados analisados no estudo.