Além de atrapalhar a visão, a condição pode ter impacto nas atividades diárias
Redação Publicado em 12/03/2021, às 16h44
Pessoas que sofrem com a doença ocular conhecida como “olho seco” têm menor qualidade de vida. A conclusão é de uma nova pesquisa feita pela Universidade de Southampton (Reino Unido). Pacientes com essa condição relatam impactos negativos não apenas na função visual, mas também na produtividade e no bem-estar.
O olho seco é uma condição recorrente, que faz muita gente procurar o oftalmologista. O problema ocorre quando a produção de lágrimas não é suficiente ou falta a qualidade necessária para manter os olhos lubrificados, o que resulta em ressecamento. (Vale lembrar que as lágrimas não existem só para que a gente alivie a tristeza).
A condição pode afetar indivíduos de qualquer idade, porém é mais prevalente em mulheres e pessoas mais velhas. Entre os sintomas, os mais comuns são irritação e vermelhidão, visão embaçada e sensação de “areia nos olhos”.
O problema também pode existir sem que haja uma doença ocular envolvida, como em situações de excesso de poluição, exposição ao sol, ao ar condicionado ou em ambientes que tornem o ar mais seco.
Além disso, permanecer longos períodos em frente à telas, como de computadores, celulares e TV, também pode levar ao olho seco, já que, nesses momentos, a pessoa tende a piscar menos e, consequentemente, tem a lubrificação diminuída.
De acordo com os pesquisadores, acredita-se que até um terço dos adultos com mais de 65 anos apresente o problema. Mas é possível que esse número seja até mais alto, pois não existe teste diagnóstico estabelecido e aqueles com sintomas mais leves são menos propensos a procurar um médico. O tratamento é feito através de colírios e lubrificantes indicados pelo oftalmologista.
O estudo, publicado na revista BJM Open, teve como obejtivo principal explorar como a doença do olho seco afeta a vida dos adultos do Reino Unido, através de uma pesquisa online com 1.000 pacientes com a condição e outros 1.000 sem ela.
Os participantes responderam a um questionário sobre a função visual e outro referente à qualidade de vida. Aqueles que relataram sofrer com olho seco também responderam a uma série de questões sobre a gravidade dos seus sintomas.
Os resultados mostram que uma grande proporção dos participantes com a doença enfrenta problemas de mobilidade e mais dificuldades nas atividades cotidiadas, quando comparados àqueles sem a condição. Além disso, os dados também revelam que pacientes com olho seco são mais propensos a sofrer de ansiedade e depressão.
Aqueles com sintomas mais graves apresentaram maior probabilidade de ter um impacto negativo no funcionamento físico e mental, assim como na produtividade no trabalho. Para os pesquisadores, o estudo oferece informações importantes sobre a carga que a doença pode colocar sobre os pacientes.
Sem contar que a pesquisa confirmou o impacto no trabalho e na vida social, revelando que a extenção dos efeitos negativos está relacionada também com a gravidade dos sintomas.
De acordo com a equipe, os participantes com sintomas de olho seco ainda são mais propensos a sofrer com outras comorbidades, como artrite, perda auditiva ou doença do intestino irritável.
Apesar de não ser estabelecida uma relação de causalidade, a presença da condição parece impactar a qualidade de vida dos pacientes, e não só no que se refere à visão.
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