Brasileiras estão mais exaustas e sofrem com insônia devido à sobrecarga
Redação Publicado em 16/03/2021, às 17h00
Com a pandemia de Covid-19 e a necessidade de isolamento social, 79% das brasileiras afirmaram que, mesmo tendo um companheiro, tiveram aumento da carga de trabalho, cuidado com os filhos e com a casa, entre outras tarefas cotidianas. Além disso, 73% relataram sofrer frequentemente com o sentimento de exaustão.
Os resultados foram obtidos a partir de questionários preenchidos por 2.250 brasileiras de todos os níveis de renda e faixas etárias, entre 24 de fevereiro e 2 de março de 2021. A iniciativa é da Hibou - empresa especializada em pesquisa e monitoramento de mercado e consumo.
A desigualdade de gênero dentro das casas brasileiras não é algo recente. Desde sempre há um desequilíbrio na divisão das tarefas domésticas entre homens e mulheres, o que acaba sobrecarregando o lado feminino, com uma jornada diária muito mais intensa e exaustiva.
Segundo os pesquisadores, a principal queixa de 69% das entrevistadas é referente à maior quantidade de trabalho durante a pandemia. Esse cenário pode ser uma das causas para a segunda maior reclamação, sobre a qualidade do sono. De acordo com a pesquisa, 41% das mulheres convivem com a insônia por conta de todas as responsabilidades.
Os dados mostraram ainda que, em função da rotina abusiva que envolve jornadas duplas e, até mesmo, triplas, 9% das entrevistadas precisaram pedir demissão ou se afastar do trabalho para dar conta de todos os afazeres.
Com mulheres isoladas dentro de suas casas, as ocorrências de violência doméstica e abuso emocional foram potencializadas com a pandemia. Tanto que 81% das entrevistadas já ouviram histórias de mulheres próximas que sofreram com algum tipo de agressão.
Em relação à saúde mental, 65% relataram ter sofrido ou ajudado alguma amiga ou parente com problemas de ansiedade e depressão.
Ainda de acordo com os resultados, 55% das mulheres procuram amigas para desabafar, 49% rezam ou fazem atividade similar, 46% lidam com o problema e seguem em frente, 39% “sentam e choram” e 31% bucam ajuda com algum parente. Entretanto, na maioria das vezes, essa rede de apoio não oferece o suporte necessário para as mulheres no momento em que mais precisam, fazendo com que se sintam na obrigação de lidar sozinhas com todos os problemas.
Mesmo com a sobrecarga, 72% das entrevistadas afirmaram sentir mais confiança neste momento desafiador para tomar alguma atitude em casa, no trabalho ou na vida pessoal. Porém, apenas 3 a cada 10 mulheres aplicaram de fato alguma atitude em relação às situações do dia a dia.
Além disso, 41% das mulheres conversaram com familiares e conseguiram algum tipo de ajuda para a rotina intensa durante o período de confinamento.
Comparando os dados de 2018 a 2021, oito entre 10 mulheres ainda se sentem diminuídas em algumas situações profissionais, um aumento de 18%.
Cinquenta e um por cento das entrevistadas revelaram, ainda, sentirem-se desconfortáveis em certos ambientes, como estádios esportivos, feiras, eventos de tecnologia, corridas de carro, sex shops, borracharias e oficinas mecânicas. Porém, em 2018 esse sentimento era superior, atingindo 68% das mulheres.
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