Problemas no desenvolvimento dos circuitos cerebrais em uma região específica explicariam a propensão à ataques de fúria
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h35 - Atualizado às 23h55
Um estudo realizado por neurocientistas da Universidade de Chicago mostra que indivíduos que costumam ter ataques de raiva apresentam uma redução no volume de massa cinzenta de uma área específica do cérebro associada às emoções.
Vários trabalhos já demonstraram que a região límbica frontal exercem um papel importante para o comportamento agressivo. Tanto que essa área também é conhecida como “cérebro emocional”.
Os pesquisadores analisaram exames de ressonância magnética cerebral de pacientes diagnosticados com transtorno explosivo intermitente, também chamado de “síndrome de Hulk” – a pessoa sofre com ataques de fúria em que perde a capacidade de controlar seus impulsos.
De um total de 168 participantes do estudo, 57 tinham o problema, 58 apresentavam outros transtornos psiquiátricos e 53 eram saudáveis. Os pesquisadores descobriram uma associação entre o comportamento agressivo e a redução no volume do chamado “cérebro emocional”.
Para os autores, liderados pelo professor de psiquiatria Cameron Carter, a descoberta indica que problemas no desenvolvimento dos circuitos cerebrais envolvidos na regulação das emoções podem explicar a propensão de certos indivíduos à raiva e à agressividade. O tratamento do transtorno explosivo intermitente envolve terapia e, em alguns casos, o uso de estabilizadores de humor ou antidepressivos.