Redação Publicado em 30/06/2021, às 15h00
Um novo estudo realizado pela Penn State College of Medicine (Estados Unidos) indicou que pessoas que vivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e adquiriram a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) – aproximadamente 38 milhões de pessoas em todo o mundo – são mais propensas a ter pensamentos suicidas e morrer de suicídio.
Os pesquisadores disseram ainda que, apesar dos avanços médicos significativos em relação ao tratamento do HIV e à qualidade de vida de pacientes, o risco de suicídio nessas pessoas é bem alto e os profissionais de saúde devem priorizar a atenção à saúde mental nesse público.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 800.000 pessoas ao redor do mundo morrem por suicídio todos os anos. Entre os membros da população em geral que apresentam ideação suicida, um em cada três tentará o suicídio e, de 286 tentativas, uma resultará em morte.
Nesse contexto, os achados do estudo sugerem que, para cada duas pessoas vivendo com HIV/Aids que têm pensamentos suicidas, uma tentará o suicídio. Entre esse grupo, de 13 tentativas, uma terminará em morte.
Confira:
Para a pesquisa, foram analisados dados de mais de 185 mil adultos vivendo com HIV/Aids em todo o mundo, examinando também os fatores de risco e incidências de tentativas e suicídios concluídas entre essa população.
Foi descoberto que não são apenas as taxas de ideação suicida que são maiores, mas quem convive com o HIV e a Aids também apresenta 100 vezes mais chances de morrer por suicídio em comparação à população em geral.
Segundo os autores, há uma necessidade urgente de priorizar o rastreamento e o cuidado em saúde mental em todos os ambientes de teste e tratamento do HIV. O risco de suicídio deve ser avaliado em todos os pacientes, especialmente recém-diagnosticados e com doença avançada.
A pesquisa revelou ainda outros pontos importantes. De acordo com os achados, as pessoas que vivem com HIV/Aids na América do Norte têm 50 vezes mais chances de cometer suicídio em comparação com aquelas que vivem na Europa.
Segundo o estudo, América do Norte, América do Sul e Austrália apresentam as maiores taxas de tentativas de suicídios por indivíduos desse grupo - e o risco é alto tanto para quem tem um diagnóstico recente quanto para quem já evoluiu para a Aids.
As descobertas também levantaram os possíveis fatores que podem contribuir para o aumento do risco de suicídio entre pessoas vivendo com HIV/Aids, incluindo doenças avançadas, alterações neurológicas e estigmas sociais. Por outro lado, os dados do estudo mostraram que pacientes tratados com a terapia antirretroviral eram menos propensos a cometer suicídio.
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