Redação Publicado em 25/10/2021, às 11h00
Se gosta de pimenta, há boas notícias para você. Pesquisa apresentada nas Sessões Científicas 2020 da Associação Americana do Coração, sugeriu que todo aquele calor que as pimentas provocam torna menos provável que você morra de doença cardíaca ou câncer, e tenha maior probabilidade de viver mais do que aqueles que não apreciam a picância dessas plantas.
O estudo analisou mais de 4.729 pesquisas anteriores de cinco principais bancos de dados globais de saúde, que incluíam registros de saúde e dieta de mais de 570.000 pessoas nos Estados Unidos, China, Irã e Itália. Os pesquisadores descobriram que as pessoas que comeram pimenta tiveram um risco 26% menor de morrer de doenças cardíacas, um risco 23% menor de morrer de câncer e um risco 25% menor de morrer por qualquer causa, em comparação com pessoas que raramente ou nunca comeram pimenta.
O autor sênior Bo Xu, cardiologista do Cleveland Clinic's Heart, Vascular & Thoracic Institute em Cleveland, Estados Unidos, disse que os pesquisadores “ficaram surpresos ao descobrir que, nos estudos publicados anteriormente, o consumo regular de pimenta malagueta foi associado a uma redução geral do risco de várias doenças, como as cardiovasculares, e da mortalidade por câncer. E que isso destaca a forma como os fatores dietéticos podem desempenhar um papel importante na saúde geral.
No entanto, os pesquisadores tentaram encontrar uma ligação entre pimenta e mortalidade, e não procuraram as razões exatas. Para eles, é impossível dizer de forma conclusiva que comer mais pimenta pode prolongar a vida e reduzir as mortes, especialmente por fatores cardiovasculares ou câncer. Mais pesquisas, especialmente evidências de estudos randomizados controlados, são necessárias para confirmar esses achados preliminares.
Pesquisas anteriores descobriram que as pimentas (das quais existem muitas variedades, incluindo caiena e jalapeño) podem ter efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes, anticâncer e reguladores da glicose no sangue. Muitos dos benefícios para a saúde foram atribuídos à capsaicina, composto vegetal da pimenta malagueta, reconhecido por torná-la picante.
A seguir, alguns outros benefícios potenciais da pimenta para a saúde.
Pimentas vermelhas, incluindo a caiena, são uma fonte incrível de vitamina A, que é necessária para se ter um sistema imunológico forte e também é conhecida por ajudar na saúde dos olhos. Pimentas também são muito ricas em vitamina C, o que ajuda na função imunológica e na cicatrização de feridas. Um quarto de xícara de pimenta picada contém vitamina C para um dia inteiro.
A vitamina A também é um poderoso antioxidante, assim também os flavonoides, como o betacaroteno, a luteína, a zeaxantina e a criptoxantina, que também são abundantes na pimenta malagueta. Essas substâncias ajudam a proteger o corpo dos efeitos dos radicais livres gerados durante o estresse e doenças, que podem contribuir para danos celulares.
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A pimenta caiena é conhecida por reduzir o colesterol no sangue, o colesterol LDL e os triglicerídeos, aumentar o colesterol HDL e prevenir a coagulação, o que pode ajudar a prevenir ataques cardíacos e derrames. Um grande estudo de coorte de base populacional, publicado na revista PLoS One em 2017, descobriu que comer pimenta vermelha está associado a uma incidência 13% menor de morte por doença cardíaca e derrame.
Mais de dois terços dos adultos norte-americanos estão acima do peso ou obesos, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o que pode aumentar o risco de hipertensão, diabetes tipo 2 e doença arterial coronariana.
Embora existam muitos fatores que contribuem para o ganho de peso, as mudanças na dieta podem ajudar a impulsionar o metabolismo. A capsaicina pode aumentar levemente o metabolismo, ajudando a queimar mais calorias, tanto em repouso quanto durante o exercício, e pode aumentar a quantidade de gordura que você queima.
Não é apenas o que há na pimenta malagueta que oferece benefícios à saúde – como seu corpo responde a esse calor picante também é um fator. Quando você morde uma pimenta malagueta, a capsaicina se liga a um receptor que se comunica com outras células e diz ao cérebro imediatamente que está quente.
Quando a capsaicina se liga ao mesmo receptor em seu trato digestório, ela produz uma substância química chamada anandamida. Um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences em 2017 descobriu que a anandamida reduz a inflamação no intestino, que pode ser causada por doença inflamatória intestinal (DII), ou seja, colite ulcerativa e doença de Crohn.
Fonte: Health
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