Segundo pesquisa da Universidade de Duke, não só as vitimas de humilhação sofrem, como também quem intimida os colegas
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h34 - Atualizado às 23h55
Pesquisadores da faculdade de medicina da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, ficaram surpresos ao descobrir que os chamados “bullies” (aqueles que protagonizam o bullying) têm uma propensão duas vezes maior a desenvolver sintomas de bulimia, como episódios de comer compulsivo seguidos de purgação, em comparação com quem não se envolve nesse tipo de agressão.
A conclusão foi tirada a partir da análise dos dados de um estudo com 1.420 indivíduos entrevistados aos 9 anos, e acompanhados por quase duas décadas.
Em artigo publicado no International Journal of Eating Disorders, os pesquisadores sugerem que os bullies podem ser bons em manipular situações sociais e fugir de encrencas, mas talvez não sejam tão bons em lidar com os próprios problemas de autoimagem. Outra possibilidade é que a tendência a se punir após os episódios de comilança também seja resultado da culpa gerada pelo bullying.
As vítimas de intimidações constantes na escola, como os pesquisadores já previam, também foram mais propensos a desenvolver transtornos alimentares. Elas apresentaram duas vezes mais risco de ter bulimia e também anorexia.
Crianças que ora são vítimas de humilhação e ora agridem as outras foram as que mais apresentaram risco de desenvolver anorexia, além de comer compulsivamente e vomitar em seguida para tentar manter o peso.