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Problemas de sono triplicam o risco de doenças cardíacas na meia-idade

É na meia-idade que problemas de sono relacionados à idade começam a aparecer - iStock
É na meia-idade que problemas de sono relacionados à idade começam a aparecer - iStock

Redação Publicado em 14/03/2022, às 14h30

Evidências cada vez maiores mostram que ter um sono ruim está diretamente ligado a uma série de problemas de saúde, incluindo um maior risco de diabetes, de pressão alta, de obesidade e de doenças cardíacas. 

Um novo estudo com pessoas na meia-idade descobriu que ter uma combinação de problemas de sono, como dificuldade para dormir, acordar durante a noite ou dormir menos de seis horas por noite, pode quase triplicar o risco de uma pessoa desenvolver uma doença cardíaca.

As descobertas enfatizam ainda mais a importância de dormir bem. Segundo os pesquisadores, muitas coisas podem contribuir para a falta de sono: algumas pessoas simplesmente não reservam tempo suficiente para dormir, outras têm hábitos que perturbam ou interferem o sono, além daquelas que apresentam uma condição médica ou um distúrbio que interrompe a qualidade ou a quantidade.  

Por que a meia-idade?

Para o estudo, a equipe reuniu dados de 7.483 adultos na meia-idade que relataram informações sobre seus hábitos de sono e histórico de doenças cardíacas. Um subconjunto dos participantes (663 pessoas) também usou um dispositivo usado no pulso que registrava a atividade do sono enquanto dormiam. 

A idade média das pessoas era de 53 anos. Os pesquisadores contaram que optaram por focar em indivíduos na meia-idade por ser o período em que os adultos, geralmente, experimentam experiências de vida diversas e estressantes, tanto no trabalho quanto na vida familiar. 

Além disso, é nessa faixa etária que as artérias cardíacas entupidas ou aterosclerose (um sinal precoce de doença cardíaca) e problemas de sono relacionados à idade começam a aparecer.

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Como os problemas do sono foram avaliados?

A qualidade do sono foi medida usando um composto de múltiplos aspectos, incluindo: 

  • Regularidade: se os participantes dormiram mais em dias de trabalho ou nos dias de folga;
  • Satisfação: se eles tiveram problemas para dormir, acordaram à noite ou no início da manhã e não conseguiram voltar a dormir ou se sentiam sono durante o dia;
  • Estado de alerta: quantas vezes eles cochilaram por mais de cinco minutos;
  • Eficiência: quanto tempo eles levaram para pegar no sono na hora de dormir;
  • Duração:quantas horas normalmente dormiam todas as noites.

Para avaliar problemas relacionados ao coração, a equipe perguntou: "Você já teve problemas cardíacos suspeitos ou confirmados por um médico?" e "Você já teve uma dor forte no peito com duração de meia hora ou mais?"

Uma resposta "sim" para qualquer pergunta levou a questionamentos de acompanhamento sobre o diagnóstico, que incluíam problemas como angina (dor no peito devido à falta de fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco), ataque cardíaco, doença da válvula cardíaca, batimentos cardíacos irregulares ou rápidos e insuficiência cardíaca.

Os fatores que poderiam influenciar os resultados, como histórico familiar de doenças cardíacas, tabagismo, atividade física, sexo e raça, foram controlados pelos pesquisadores. 

Sono ruim ligado ao maior risco cardíaco

A pesquisa sugere que cada aumento adicional nos problemas de sono autorrelatados estava ligado a um risco 54% maior de doenças cardíacas em comparação às pessoas com padrões normais de sono. 

No entanto, as chances de desenvolver alguma doença cardíaca foi muito maior (141%) entre os indivíduos que forneceram dados através dos dispositivos que permaneceram no pulso e registraram a atividade do sono enquanto eles dormiam, considerados mais precisos. 

Embora as mulheres relatassem mais problemas de sono, os homens eram mais propensos a sofrer de doenças cardíacas. Mas, no geral, o sexo não afetou as correlações entre o sono e a saúde do coração e o mesmo aconteceu quando analisada a diferença entre brancos e negros.

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