Uso de antidepressivos ou prática de atividade física podem aumentar os níveis e evitar os sintomas, segundo pesquisadores
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h44 - Atualizado às 23h54
Estima-se que uma em sete mulheres tenha depressão durante a gravidez e outras tantas sofrem no pós-parto. O problema não só afeta as mães, como também pode interferir no desenvolvimento do bebê. Pesquisadores da Universidade do Estado de Ohio descobriram que uma proteína chamada BDNF (sigla em inglês para “fator neurotrófico derivado do cérebro”) tem sua quantidade alterada durante a gestação e pode estar por trás desses sintomas.
Para chegar ao resultado, a equipe avaliou 139 grávidas. Eles perceberam que a proteína diminui bastante do primeiro ao terceiro trimestre, voltando ao aumentar após o parto. O grupo descobriu, ainda, que o BDNF varia bastante de acordo com a origem étnica da mulher, sendo que o nível tende a ser mais alto nas grávidas negras.
Níveis mais baixos da proteína no segundo e terceiro trimestres foram associados a sintomas depressivos nos três últimos meses de gestação. Além disso, mulheres com a redução tiveram tendência maior a ter filhos com baixo peso ao nascer.
Os pesquisadores explicam que antidepressivos ajudam a aumentar os níveis da proteína, mas seu uso não está totalmente livre de riscos ao feto e possíveis efeitos colaterais. As informações foram publicadas no periódico científico Psychoneuroendocrinology.
Outra forma de aumentar os níveis de BDNF, segundo os autores, é praticar atividade física. Por isso, é recomendável que as gestantes não deixem de se movimentar, desde que não haja qualquer contraindicação para isso, é claro. Os exercícios podem melhorar o humor da mulher, evitar ganho de peso e pressão alta, e até beneficiar o desenvolvimento do bebê.