Trabalho é um dos primeiros a comprovar os benefícios da psicoterapia após tentativas de acabar com a própria vida
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h22 - Atualizado às 23h57
Este é um dos primeiros trabalhos de grandes proporções a confirmar o benefício das terapias baseadas na fala na prevenção do suicídio. E os pesquisadores da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health reiteram que a proteção é de longo prazo.
Pessoas que já tentaram acabar com a própria vida são consideradas de alto risco para o suicídio. Dos mais de 65 mil dinamarqueses que fizeram alguma tentativa entre 1992 e 2010, 5.678 foram encaminhados para psicoterapia em clínicas especializadas. Eles foram acompanhados por até 20 anos.
Os pesquisadores, então, compararam os resultados com os de 17.304 pessoas que haviam tentado suicídio, mas que não receberam tratamento especializado depois, por vontade própria ou por não terem tido acesso às clínicas especializadas em prevenção do suicídio do país, implementadas gradualmente a partir de 1992.
Durante o primeiro ano de pesquisa, aqueles que passaram por psicoterapia foram 27% menos propensos a tentar o suicídio de novo e tiveram 38% menos probabilidade de morrer por qualquer causa. Depois de cinco anos, houve 26% menos suicídios no grupo que tinha sido tratado após a primeira tentativa. Após 10 anos, a taxa de suicídio foi de 229 por 100.000 habitantes, em comparação com 314 por 100.000 no grupo que não conseguiu tratamento.
A psicoterapia varia de acordo com as necessidades individuais do paciente, por isso os pesquisadores não podem dizer o que fez a diferença. Eles esperam reunir mais dados para saber se algum tipo específico de terapia funciona melhor que outro para prevenir o suicídio. Mas eles acreditam que o simples fato de ter com quem conversar em caráter confidencial já seja uma grande ajuda para quem pensa em se matar.