Maiores preocupações do jovem brasileiro são família e saúde; veja os dados

Pesquisa do Datafolha reuniu jovens para classificarem o grau de importância de uma lista composta por 11 itens

Milena Alvarez Publicado em 08/11/2022, às 15h00

As bandeiras mais defendidas pelos jovens foram educação e saúde pública - iStock

Uma nova pesquisa publicada pelo Datafolha no final de outubro mostrou que, atualmente, as duas maiores preocupações dos brasileiros de 15 a 29 anos são a família e a saúde. Logo em seguida aparecem: estudo, trabalho, lazer, dinheiro, amigos e religião. O levantamento contou com a participação de mil jovens de 12 capitais do país e cada um precisou classificar o grau de importância de uma lista composta por 11 itens.  

Outros dados do estudo revelam que as bandeiras mais defendidas por essa parcela da população são a educação e a saúde pública, que apresentam mais de 98% de aprovação. Além disso, temas como adoção de crianças por casais homossexuais e casamento entre pessoas do mesmo sexo também têm boa aceitação, com 83% e 73% de apoio respectivamente.

Entretanto, algumas outras pautas polêmicas na sociedade dividem opiniões entre os mais jovens. Apenas 69% deles apoiam a questão das cotas raciais, mostrando que esse tema ainda ocupa uma posição intermediária. Descriminalização da maconha e do aborto, posse de armas e pena de morte também são assuntos mais sensíveis.

Vale lembrar que, hoje, essa faixa etária representa quase um quarto da população brasileira (mais de 50 milhões de pessoas) e, em breve, estará participando ativamente em diversos setores da sociedade.

Confira:

Influência da pandemia 

O fato de a saúde e a família aparecerem no topo da lista de preocupação dos jovens é algo curioso, já que outros itens, como dinheiro, sexo, beleza, estudo e trabalho tendem a estar à frente e a chamar mais a atenção.

Diante desse cenário, uma questão pode surgir: será que essa é uma nova tendência de comportamento dos jovens da geração Z (nascidos entre 1990 e 2010) e Alfa (nascidos a partir de 2010) ou apenas mais um reflexo dos últimos anos da pandemia, o que aumentaria as preocupações com saúde em geral e com o suporte da família?

Uma pesquisa  de 2021 realizada pelo Espro (Ensino Social Profissionalizante), por exemplo, já havia mostrado que os jovens brasileiros estavam cada vez mais estressados, cansados e preocupados com a renda e com a saúde de seus familiares. 

O levantamento mediu diferentes aspectos da vida dos participantes em cinco fases de 2020: do início da pandemia (abril) até os primeiros anúncios sobre a vacinação (novembro). Entre os temas abordados estavam informações e preocupações com a doença, medidas de proteção adotadas, bem-estar, emprego e estudos. 

Segundo os pesquisadores, os resultados obtidos mostram de forma nítida que a pandemia afetou a saúde mental de adolescentes e de jovens no Brasil. Além disso, também existia uma preocupação grande com a saúde dos familiares e com o impacto do isolamento social na vida financeira da casa. 

De acordo com a pesquisa, 90% dos adolescentes e jovens revelaram estar mais ansiosos do que o normal, um número superior ao de abril (87,1%). Também houve crescimento da preocupação geral, de 72% para 75,3%, e do estresse, que saltou de 73,2% para 74,7%.

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