Estudo britânico sugere que publicações com grande quantidade de “likes” influenciam ainda mais as escolhas alimentares
Redação Publicado em 24/09/2021, às 17h00
Um estudo da Universidade de Aston (Reino Unido) descobriu que usuários de redes sociais que veem imagens de alimentos saudáveis com grande quantidade de “likes” são mais propensos a fazer escolhas alimentares mais saudáveis.
Os resultados – publicados na revista científica Appetite – mostraram que os participantes que viram postagens no Instagram de frutas e legumes comeram uma porção significativamente maior de uvas em comparação aos biscoitos durante o teste.
Vale lembrar que, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas um quarto da população brasileira (24,1%) consome a quantidade de frutas e hortaliças recomendada pela instituição, que é de, pelo menos, 400 gramas diariamente em cinco ou mais dias na semana.
A investigação sobre a influência das publicações com alto nível de engajamento e repercussão sobre o comportamento alimentar das pessoas contou com 169 participantes, com idade média de 21 anos (no total, o grupo era formado por indivíduos de 18 a 48 anos).
Para realizar o estudo, todos foram convidados a olhar postagens no Instagram de diferentes tipos de alimentos – com alguns ou muitos “likes”. Além de visualizar imagens de frutas e legumes, as pessoas também analisaram alimentos menos nutritivos, como bolos e biscoitos, e fotos não alimentícias, como design de interiores. Mais tarde, foi oferecido acesso a uvas e biscoitos para consumo.
Confira:
Após a análise, os pesquisadores notaram que os participantes passaram a consumir uma maior proporção de uvas depois de visualizarem as imagens de frutas e legumes que tiveram uma grande quantidade de curtidas em comparação com outras publicações.
Segundo a equipe, os achados sugerem que, não apenas a alta exposição a imagens de alimentos saudáveis pode estimular as pessoas a optarem por ter uma alimentação melhor, mas também publicações com muitos “likes”influenciam ainda mais.
Ainda para os autores, uma das razões é o fato de que pensar que os outros “gostam” e comem frutas e legumes estimula quem consome essas imagens a alterar seu comportamento com objetivo de se encaixar no que identifica como sendo a norma.
Dessa forma, as descobertas do estudo apontam que não é simplesmente uma questão de observar o que as outras pessoas estão comendo nas redes sociais de forma passiva, mas essas informações são capazes de moldar as preferências e escolhas alimentares, especialmente quando temos a impressão de que muitas pessoas gostam de certo alimentos - aspecto notado através do número de curtidas.
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