Saúde mental na adolescência
Da Redação Publicado em 03/11/2020, às 21h10
Um estudo realizado pela Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, com 28.000 estudantes do 8º ano, revelou que a participação em atividades extracurriculares pode ter impacto direto para a saúde mental e qualidade de vida dos adolescentes. O trabalho também conclui que, nesses aspectos, o uso excessivo de eletrônicos só atrapalha.
De acordo com a universidade, adolescentes que passam menos de duas horas por dia diante das telas têm níveis mais elevados de satisfação e de otimismo, além de menos sintomas de ansiedade e depressão, especialmente entre as meninas.
Esta diferença entre meninos e meninas se deve mais ao tipo de conteúdo consumido do que das horas gastas online. Enquanto meninos costumam gastar mais tempo jogando videogames, as meninas tendem a usar mais as redes sociais, o que está ligado a consequências negativas para a saúde mental, de acordo com Eva Oberle, uma das responsáveis pelo estudo.
“Sabemos que algumas formas de usar as telas podem ser benéficas, como manter conexões com amigos e membros familiares online quando não podemos vê-los pessoalmente, mas outros tipos de uso podem ser prejudiciais”, afirma Oberle em reportagem da CTVNews.
Apesar de o estudo ter sido conduzido antes da pandemia do novo coronavírus, os resultados são especialmente relevantes agora, já que muitos adolescentes podem estar passando ainda mais tempo em frente às telas, sem acesso a outras atividades a que estavam acostumados, como esportes, por exemplo.
Os especialistas envolvidos no estudo afirmam que, já que as atividades extracurriculares são essenciais para a saúde mental na adolescência, é importante encontrar formas de mantê-las, mesmo dentro de casa, a fim de reduzir o tempo em frente às telas.
Esses dados apresentados pelo estudo vão ao encontro de uma pesquisa realizada pelo próprio Dr. Jairo Bouer, em parceria com a Positivo Tecnologia, o Portal Educacional e a Katru Assessoria em Informação. A pesquisa Tecnologia e o Jovem apontou que os adolescentes que ficam conectados mais de nove horas por dia têm risco 2,4 vezes maior de apresentar sintomas como tristeza, ansiedade, angústia e estresse, se comparados com aqueles que ficam menos de duas horas online.
Em especial, as redes sociais são um agravante ao problema. Enquanto videogames e séries atrapalham o sono, rendimento escolar e podem contribuir para os sintomas citados acima, as redes sociais ainda apresentam um agravante: elas alimentam uma comparação constante com o outro. “Nas redes, todo mundo parece estar melhor do que você”, diz Bouer.
Veja também:
Assista, também, a outros vídeos no meu canal no YouTube
Saiba mais:
Lucas Maciel sofre com crises de ansiedade em ‘A Fazenda’; qual o impacto do confinamento na saúde mental?
Riscos para saúde mental do jovem disparam na pandemia
Minuto Coronavírus: dúvidas sobre imunidade e reinfecção
Preocupação com videogame afeta quase nove entre 10 pais de adolescentes