Redação Publicado em 23/10/2024, às 10h00
No mundo dos relacionamentos, novos termos surgem a todo momento, um que não é tão novo, afinal, surgiu no auge da pandemia em 2021, mas continua atual, é seagulling. Trata-se de um trocadilho com a palavra em inglês para gaivota. No Brasil, podemos traduzir livremente como “gaivotar”. O termo foi cunhado pelo portal britânico Metro para se referir a quando pessoas agem como aqueles pássaros gananciosos na animação "Procurando Nemo".
Mesmo com um bocado de comida suficiente para saciá-las, ao avistarem mais peixes gritavam “meu, meu, meu”. Para elas, não importava se estavam realmente com fome, apenas queriam dizer que aquilo era delas. No complicado mundo das relações amorosas, seria alguém que não quer mais uma pessoa, mas também não quer que ela fique com outras.
Sim, isso acontece regularmente em relacionamentos, como explica o velho ditado "você não o quer, mas não quer que ninguém mais o tenha". Quer eles ainda estejam guardando sentimentos ou não, a necessidade da gaivota de reivindicar alguém pode se manifestar em iludir essa pessoa ou mantê-la em segundo plano (também conhecido como banco de reservas) - não importa o custo emocional.
Quando você mistura os sentimentos complicados de solidão e "tempo perdido" que vieram com a pandemia, há muito potencial para comportamento mesquinho e possessivo vir à tona. A turbulência emocional durante a pandemia fez com que os relacionamentos se formassem sob circunstâncias de pressão, a solidão se tornou mais prevalente do que nunca e tudo foi intensificado, aponta Tess Leigh-Phillips, especialista em relacionamentos e fundadora e CEO da Your Happy Heart Coach, e que alcança milhares de mulheres com problemas e busca ajudá-las a se reconstruir. "Agora que podemos ver a luz no fim do túnel, muitos desses relacionamentos perderão intensidade e desaparecerão, à luz de um futuro sem Covid e distanciamento físico", afirnou ela ao Metro.
Por que queremos estar com alguém com quem sabemos que não somos compatíveis ou manter as coisas mesmo que não haja sequer aquela faísca? De acordo com Charisse Cooke, especialista em relacionamentos online, isso pode ser chamado de apego ansioso. Como o nome sugere, algumas pessoas podem sentir muita ansiedade em relação ao sexo e ao amor e podem ter dificuldade em se afastar de relacionamentos, muitas vezes se sentindo preocupadas com eles por muito tempo após o término.
Aqueles que, de acordo com a teoria do apego, se enquadram na categoria ansiosa temem o abandono e muitas vezes, como resultado, se tornam carentes; com medo da enormidade da intimidade, mas desesperados para serem amados.
"Como humanos, não somos bons em perdas. Quando alguém entra e sai da nossa vida, essa é uma perda, não importa se grande ou pequena. O pensamento dessa pessoa estar com outra pode provocar sentimentos surpreendentemente poderosos em nós, porque nos traz à tona o fato de que acabamos de perder alguém, e essa pessoa estará compartilhando sua vida - e a cama - com outra pessoa", afirmou Charisse ao Metro.
Você teve uma pessoa com quem manteve um relacionamento entre os lockdowns do passado? Embora possam ter concluído mutuamente que não era a escolha certa, vocês devem evitar entrar em modo gaivota total para não ficarem sozinhos. Você tem que garantir que não está vivendo sua vida para estar com outra pessoa e ver um relacionamento como uma parceria, em vez de apenas o oposto de ser solteiro. "O truque é se reconectar consigo mesmo e com o mundo fora do seu antigo relacionamento (sim, existe um!)", diz Tess.
Não diga a si mesmo que você terminou. Mude sua linguagem - o relacionamento expirou. É uma experiência que atingiu seu fim natural. Você deve aceitar completamente que não possui ninguém além de si mesmo. Meditação, leitura, falar com amigos e outras atividades de autocuidado devem ajudá-lo a evitar se tornar uma gaivota. Mas Tess acrescenta que você deve procurar ajuda profissional se esses sentimentos negativos estiverem se tornando avassaladores.
“Você deve decidir completamente que não quer mais machucar a si mesmo ou aos outros e trazer seu foco de volta para a única coisa que pode controlar – você. Circular com ciúmes como uma gaivota é, em última análise, destrutivo para todos os envolvidos (e vai deixar qualquer um tonto!). Deixe seu ex voar livre e abra espaço em sua vida para alguém novo”, finaliza Tess.
Fonte: Metro