Estudos apresentados esta semana trazem dicas valiosas para ter sono de qualidade
Tatiana Pronin Publicado em 06/06/2023, às 18h00
Três em cada quatro adultos dizem dormir melhor depois de fazerem sexo. E parte considerável das pessoas acha que essa estratégia funciona tão bem ou até melhor do que tomar um comprimido para dormir.
As conclusões são de um estudo apresentado esta semana na conferência anual sobre medicina do sono Sleep 2023, nos EUA. O trabalho foi coordenado pelo médico Douglas Kirsch, diretor de medicina do sono da Atrium Health, na Carolina do Norte.
Embora os dados sejam considerados muito preliminares, ele diz que foi interessante ver o impacto positivo do sexo no sono de 53 adultos entrevistados online, a maioria com idades entre 25 e 49 anos, e 53% do sexo feminino.
Segundo os resultados, 75% dos participantes relataram ter dormido com mais facilidade após fazerem sexo perto da hora de dormir, e a maioria constatou uma melhora moderada em seu sono nessas noites.
Sessenta e quatro por cento dos entrevistados também sentiram que comprimidos para dormir tinham um efeito semelhante ou pior em seu sono, em comparação com o sexo.
Kirsch afirmou que está curioso para saber se o impacto do sexo no sono é principalmente um processo fisiológico relacionado ao orgasmo. Se não for, ele se pergunta se resultados semelhantes podem ser obtidos após uma conexão significativa entre parceiros, sem o sexo.
Um outro estudo apresentado na conferência revela que adultos com uma rotina regular de sono, e duração de sono adequada, têm um risco de mortalidade 39% menor do que adultos com uma rotina irregular de sono e que não dormem o suficiente.
O pesquisador Joon Chung, da Escola de Medicina de Harvard e do Brigham and Women's Hospital, em Boston, reforça que, além de dormir o número suficiente de horas, é importante ter uma rotina consistente de sono, o que significa dormir e acordar sempre nos mesmos horários.
As análises levaram em conta possíveis fatores de confusão, como características sociodemográficas, estilo de vida, estado de saúde e medidas de distúrbios do sono.
"Nosso estudo descobriu que as pessoas que têm uma rotina de sono objetivamente regular tendem a viver mais do que aquelas com uma rotina irregular, independente de terem algum distúrbio do sono importante", disse o autor principal.
Para Chung, é preciso ampliar as recomendações sobre uma boa noite de sono. Além de recomendar que se durma ao menos 7 horas por noite, é importante que as pessoas saibam que dormir e acordar nos mesmos horários, inclusive nos fins de semana, é uma forma de melhorar a qualidade do sono.
Essa pesquisa contou com dados de 1.759 participantes de um estudo multiétnico, acompanhados durante cerca de sete anos.
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