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Sextech: pessoas ansiosas e depressivas são mais propensas a usar

A forma mais utilizada de sextech foi o envio de imagens ou vídeos sexualmente explícitos (30%) - iStock
A forma mais utilizada de sextech foi o envio de imagens ou vídeos sexualmente explícitos (30%) - iStock

Redação Publicado em 24/11/2021, às 16h00

Pessoas que relataram ter maiores taxas de ansiedade e de depressão eram mais propensas a fazer uso de tecnologias sexuais digitais emergentes – também conhecido como "sextech" –, incluindo o envio de imagens ou vídeos sexualmente explícitos e a visita a sites eróticos. Essa é a principal descoberta de um novo estudo realizado pelo Instituto Kinsey da Universidade de Indiana (Estados Unidos).

Segundo os pesquisadores, os resultados sugerem que indivíduos com saúde mental afetada podem recorrer às tecnologias sexuais como forma de experimentar alívio temporário de seu sofrimento psíquico.

A equipe explica ainda que essas novas tecnologias, incluindo realidade virtual, inteligência artificial e ambientes on-line compartilhados, já oferecem oportunidades aos usuários para novas formas de interação social e de realização sexual.

Depressão e ansiedade

O estudo, publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health, contou com a participação de mais de 8.000 estadunidenses e examinou as associações entre preocupações com a saúde mental e o comportamento sexual on-line, especialmente em relação ao engajamento com as novas formas de tecnologia sexual.

Os achados mostraram que grande parte dos participantes que relataram maiores níveis de depressão eram os mesmos que usavam mais sextech – isso incluiu homens de todas as orientações sexuais, bem como mulheres heterossexuais. Entre lésbicas e bissexuais, a depressão não foi um fator significativamente relacionado com a utilização dessas novas tecnologias. 

Da mesma forma, o aumento da ansiedade esteve ligado ao maior uso de vários tipos de sextech para a amostra geral, homens de todas as orientações sexuais, mulheres lésbicas e bissexuais. Porém, a ansiedade das mulheres heterossexuais não foi associada à utilização desses recursos.

Confira:

Qual a forma mais utilizada de sextech?

A forma mais utilizada de sextech foi o envio de imagens ou vídeos sexualmente explícitos – ou seja, o sexting –, relatado por 30% dos participantes do estudo. Quase um em cada cinco (18%) visitou um site de “camming”, plataforma em que modelos (homens e/ou mulheres) se exibem pela webcam em salas de chat ao vivo. 

Outras maneiras de sextech com as que os participantes se envolveram incluíram: jogar RPGs sexualmente explícitos ou videogames on-line (14%), participar de uma transmissão de “camming” (12%), acessar pornografia de realidade virtual (11%), usar vibradores virtuais (9%) e trocar mensagens sexualmente explícitas com um chatbot (9%).

Dentro da amostra, 79% dos homens e 51% das mulheres relataram usar algum tipo de sextech. Além disso, 61% dos heterossexuais e 83% dos participantes gays/bissexuais usaram esse tipo de tecnologia. 

Sem relação com a solidão

Os pesquisadores também procuraram analisar a crença comum de que experiências sexuais on-line podem ser uma alternativa ao engajamento social, podendo ser uma resposta comportamental aos sentimentos de solidão psicológica.

Contrariando essa expectativa, o estudo constatou que os participantes que relataram altos níveis de solidão eram menos propensos a se envolver com sextech, diferente do padrão relatado entre aqueles com altos níveis de ansiedade e/ou de depressão.

Segundo os especialistas, um equívoco comum é achar que as pessoas recorrem à internet para conexão afetiva ou sexualporque são incapazes de formar relacionamentos cara a cara.

Os resultados sugerem o oposto e mostrarm que os espaços sexuais on-line não estão funcionando como “último recurso” para quem não consegue ter relações sexuais na vida real.

Em vez disso, é provável que muitos usuários desses espaços tenham suporte social e redes sociais adequadas, mas  estão recorrendo a tecnologias sexuais on-line para um alívio da sua saúde mental.

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