Estudo mostra que muita gente teve uma redução na qualidade do sono desde o início da pandemia. Mas as alterações foram ainda mais pronunciadas para quem
Jairo Bouer Publicado em 04/09/2020, às 20h28 - Atualizado às 20h28
Estudo mostra que muita gente teve uma redução na qualidade do sono desde o início da pandemia. Mas as alterações foram ainda mais pronunciadas para quem trabalhou remotamente, segundo os resultados publicados no Journal of Translational Medicine.
O trabalho foi realizado na Itália, um dos primeiros países do Ocidente afetados pela Covid-19 que implementaram medidas drásticas de isolamento social. Foram analisados dados de 121 homens e mulheres com idades entre 18 e 65 anos de idade. Eles foram examinados antes da quarentena e 40 dias depois.
As conclusões mostram que os participantes tiveram um sono menos reparador, com mais interrupções, e demoraram mais para adormecer. Curiosamente, aqueles que trabalhavam de casa, com ajuda da tecnologia, apresentaram uma perda maior na qualidade de sono. O efeito foi mais forte nos homens, apesar de ter afetado ambos os sexos.
Os autores, da Universidade de Nápoles, apontam que o uso de dispositivos eletrônicos têm sido fortemente associado ao sono insatisfatório. Trabalhar de casa, ainda mais durante a quarentena, pode ter feito muita gente passar mais horas em frente ao computador ou à televisão à noite, o que tem impacto direto no problema.
Os pesquisadores também perceberam que o IMC (Índice de Massa Corporal) dos participantes também aumentou após a quarentena. Restrições para sair às compras na Itália podem ter interferido na qualidade dos alimentos consumidos, bem como a redução da atividade física. E ambos os fatores podem ter piorado o sono.
Por último, o estresse relacionado à pandemia também foi outro vilão da história – o estresse libera cortisol no corpo, o que leva a menos horas de sono e do sono de ondas lentas. Por sua vez, dormir mal intensifica a liberação de cortisol, o que gera um ciclo vicioso.